Rio Branco: de seringal à capital do Acre
Programação cultural desde o Natal até o Réveillon marca o aniversário de 135 anos da capital dos acreanos, destino de ecoturismo, história e cultura da região Norte
Por Geraldo Gurgel
Crédito: MTur
O aniversário é nesta quinta-feira (28), mas as comemorações pelos 135 anos de Rio Branco começaram no início do mês. A programação especial teve início com as Luzes de Natal na Praça da Revolução e segue até a virada do ano com espetáculos de dança, música e homenagens às personalidades ilustres ou anônimas que contribuíram para transformar um antigo seringal na capital do estado. A Volta da Empreza, onde surgiu a cidade, na curva do rio Acre; e a gameleira centenária, cuja sobra testemunhou muitos fatos da história local são alguns dos cenários da festa de aniversário.
A gameleira frondosa teria atraído e motivado o explorador cearense Neutel Maia, que subia o rio Acre em um vapor, a abrir o seringal Volta da Empreza, no dia 28 de dezembro de 1882. O local passou a receber vapores que transitavam mercadorias entre o Acre e a Bolívia e, do seringal surgiu um porto e a vila que originou Rio Branco. A região foi disputada pela Bolívia e anexada ao território brasileiro em 1903.
A Segunda Guerra Mundial alavancou o extrativismo através da importação da borracha e a chamada “Batalha da Borracha” atraiu milhares de nordestinos, principalmente do Ceará. A cultura acreana - gastronomia, música e danças regionais -, ainda hoje é marcada pelas influências indígenas e dos “soldados da borracha.
Quem visita Rio Branco se encanta com o casario histórico e as pontes que ligam as duas margens do rio Acre. A moderna passarela estaiada, fixada através de cabos de aço, tem 200 metros de extensão e é usada exclusivamente por pedestres e ciclistas. Além da gameleira gigante, o roteiro turístico inclui o Palácio Rio Branco (1930), em estilo neoclássico, sede do governo do estado e, naquela época, símbolo de modernidade. No palácio, os visitantes contam com um museu sobre a formação do estado.
Já o Memorial dos Autonomistas, um dos espaços mais visitados da capital, homenageia o movimento pela autonomia do Acre, um antigo departamento e, mais tarde, território federal. A praça Plácido de Castro (1964), no coração da capital, é outro espaço que homenageia os revolucionários que lutaram pela autonomia da região.
Créditos: MTur
No Museu da Borracha (1978), inaugurado no Centenário da Imigração Nordestina no estado, o visitante pode conhecer um pouco mais sobre a história e a cultura acreana. Se a ideia é adquirir produtos e artesanato local, a dica é o Mercado Velho (1929) onde estão expostos souvenires, artesanato, ervas medicinais, produtos da floresta e artigos religiosos, além de pratos típicos como tapioca, mingaus, bolo de macaxeira e cuscuz. Já a catedral de Nossa Senhora de Nazaré (1959), em estilo romano-basilical, com três naves, destaca-se com dezenas de vitrais coloridos que adornam o interior da igreja.
Créditos: Embratur
PARQUES - Outra atração da capital do Acre são os parques urbanos. O principal deles é o Parque da Maternidade com ciclovias, áreas verdes, bares e restaurantes. O parque abriga a Casa dos povos da Floresta, a Biblioteca da Floresta e a Casa do Artesão. Destacam-se ainda, os parques Chico Mendes, Tucumã e Horto Florestal. E como o Acre está intimamente ligado à floresta amazônica, o visitante não pode deixar de sobrevoar o Vale do rio Acre de balão. O passeio nas proximidades de Rio Branco passa pelos misteriosos geoglifos - 478 figuras geométricas já localizadas no solo (quadrados, círculos, linhas e espirais) -, e mostra a biodiversidade da amazônica de um ângulo privilegiado, a 300 metros de altura.