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Em todo canto tem festa e o samba mandou lhe chamar!

Este sábado (02) é dedicada ao Dia do Samba. Apesar de associado a maior festa popular brasileira, o Carnaval, todo dia é dia de sambar

  • Publicado: Sexta, 01 de Dezembro de 2017, 16h55
  • Última atualização em Sexta, 01 de Dezembro de 2017, 17h00

Por Geraldo Gurgel

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Crédito: Acervo Iphan

Pelo 22º ano consecutivo, o Dia do Samba será comemorado no Rio de Janeiro com uma viagem de trem entre a Central do Brasil e o bairro Oswaldo Cruz, berço do samba carioca. A festa na Central do Brasil começa ao meio-dia. A viagem custa 1kg de alimento não perecível e segue o roteiro que o sambista Paulo da Portela fazia há 80 anos, com partida sempre às 18:04. Nas composições, com oito vagões cada, embarcarão as Velhas Guardas e rodas de samba que, a cada ano, renovam a tradição de comemorar a data. A festa popular se espalha pelo bairro e deverá reunir um público de 120 mil sambistas em três palcos.

Se o carnaval é a apoteose do samba, é nas esquinas, bares e botecos que o gênero musical se renova e se consolida como estilo autenticamente brasileiro. A cultura do samba se confunde com muitos destinos turísticos nacionais como o Rio de Janeiro. Na Lapa, bairro boêmio do centro da cidade, os apaixonados pela cadência desse batuque se encontram com os diferentes “sotaques” do samba brasileiro. O ritmo, que no início do século passado era discriminado como herança da escravidão, hoje está na alma do carioca. A Cidade Maravilhosa respira samba o ano inteiro e oferece uma infinidade de “rodas de samba” que unem a diversidade e o swing do país inteiro.

O morro da Mangueira também faz parte do roteiro turístico do samba carioca. Além da quadra de ensaios da Escola de Samba Estação 1ª de Mangueira, uma das mais visitadas pelos turistas, é lá que fica o Centro Cultural Cartola e o Museu do Samba. Os morros do Salgueiro e São Carlos, assim como os bairros Estácio de Sá e Osvaldo Cruz também são considerados berços do estilo musical.

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Créditos: Gustavo Messina/ MTur

O ritmo misturou-se às festas carnavalescas e, no Estácio, surgiu a primeira escola de samba. Os desfiles, oficializados em 1935, sacramentaram a união do samba com o maior espetáculo da terra. O sambódromo, outro atrativo do roteiro do samba no Rio de Janeiro, é a síntese da maior festa popular brasileira e do evento que mais atrai turistas ao Brasil.

As quadras das escolas mais tradicionais como Mangueira, Portela e Estácio, oferecem programação que integram os turistas com as comunidades. São oficinas culturais de percussão e samba. Nos ensaios os visitantes misturam-se aos cantores, passistas, baianas, porta bandeiras, mestres sala e os percussionistas das baterias. Algumas escolas incluem na agenda as tradicionais feijoadas cariocas regadas à cerveja e caipirinha. Já a Cidade do Samba é um centro carnavalesco na zona portuária do Rio de Janeiro que abriga as “fábricas” das escolas de samba do Grupo Especial.

O gênero, símbolo da identidade musical do Brasil, foi oficializado há 101 anos. A música “Pelo Telefone”, de 1916, é considerada o primeiro samba gravado. Apesar de associado ao Rio de Janeiro, o samba teve origem no século IX em outros estados como Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Maranhão. A palavra vem da “umbigada” (semba), na língua dos escravos de Angola e do Congo. No Rio, a música e a dança dos negros incorporaram outros estilos, como maxixe, lundu, polca e xote, além de instrumentos como violão e cavaquinho. No início do século passado, o samba surgiu como estilo próprio, com letras e temas urbanos.

SÃO PAULO - O samba e o carnaval também não eram bem vistos pela elite paulistana “doente do pé” mas sobreviveram e já ostentam uma tradição comprovada nas histórias das escolas de samba Vai-Vai, Nenê de Vila Matilde e Camisa Verde e Branco, entre outras, que orgulham o carnaval da capital paulista e os amantes do samba paulistano. De tão importantes para o turismo, o samba e o carnaval de São Paulo ganharam a Fábrica do Samba. O Ministério do Turismo está investindo 80 milhões na obra de um complexo cultural que vai abrigar a memória do samba paulistano, além de 14 escolas de samba e toda a infraestrutura de preparação dos desfiles do carnaval.

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Crédito: Acervo Iphan

PATRIMÔNIO IMATERIAL – O Samba de Roda do Recôncavo Baiano, com registros datados dos anos 1860, no culto aos orixás e caboclos, é uma expressão musical, coreográfica, poética e festiva das mais importantes e significativas da cultura brasileira. Exerceu influência no samba carioca e, até hoje, é uma das referências do samba nacional.

O Samba de Roda no Recôncavo Baiano está presente em todo o Estado da Bahia e é especialmente forte e mais conhecido na faixa de terra que se estende em torno da Baía de Todos os Santos. Em 2005, a Unesco reconheceu esse bem imaterial como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Ele pode ser realizado em qualquer momento, como uma diversão coletiva, pelo prazer de sambar, mas está mais presente no calendário festivo da Boa Morte, em Cachoeira, em agosto, de São Cosme e Damião, em setembro, e ao final de rituais para caboclos em terreiros de candomblé.

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