Em busca de investimentos chineses para o turismo
Coordenador do MTur debate a apresentação de projetos em áreas como hotelaria e parques temáticos durante seminário Brasil-China, em São Paulo
Por André Martins
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A captação de investimentos para o turismo nacional foi um dos assuntos tratados nesta sexta-feira (24), em São Paulo, no Seminário Brasil-China sobre Comércio em Serviços, promovido pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços do Brasil (MDIC) em parceria com o governo chinês. No evento, que contou com as presenças do coordenador-geral de Atração de Investimentos do Ministério do Turismo do Brasil, Rodrigo Marques, técnicos do MDIC e a vice-ministra de Comércio da China, Gao Yan, foi debatida a criação de uma agenda conjunta para a apresentação de possíveis negócios em áreas como hotelaria e parques temáticos.
Representando o secretário nacional de Estruturação do Turismo do MTur, José Antônio Parente, Rodrigo Marques manifestou otimismo quanto a avanços na área e enfatizou a importância da aproximação com o mercado chinês. “A nossa expectativa é de que, tendo mais empresários chineses operando no turismo aqui no Brasil, a gente aumente significativamente o número de turistas chineses nos destinos nacionais. O investimento chinês é, efetivamente, uma das formas de o país atrair também o turista chinês”, observou Marques.
Este encontro é o primeiro desdobramento de um Memorando de Entendimento assinado em outubro de 2016 entre o MDIC e o Ministério do Comércio da China para cooperação na área de comércio e serviços. Pelo acordo, as partes se comprometem a fomentar relações bilaterais e promover o intercâmbio de informações com vistas a investimentos mútuos. Além do turismo, incluído no plano a pedido do governo chinês, o memorando engloba ramos como os de tecnologia da informação e comunicação, automação bancária, terceirização, transportes e engenharia, entre outros.
O Ministério do Turismo deverá integrar, em maio de 2018, uma missão do MDIC e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) na sexta edição da CIFTIS, a Feira Internacional de Beijing para Comércio e Serviços. A meta é aproximar os setores de serviços de ambas as partes e estimular o comércio bilateral, parcerias e investimentos.
A CIFTIS, organizada anualmente pelo governo chinês, tem apoio da Organização Mundial do Comércio e da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em inglês). O evento gera uma plataforma internacional de negócios que envolve todos os 12 ramos de atividades definidos pela OMC, incluindo turismo e outros relacionados ao segmento de viagens.
Em 2016, mais de 130 milhões de chineses viajaram pelo mundo, mas pouco mais de 50 mil escolheram o Brasil como destino. Os principais interesses dos viajantes daquele país são por turismo de observação, natureza, histórico e cultural, vocações naturais do Brasil.
APROXIMAÇÃO - Em setembro, durante a viagem de uma comitiva do governo federal à China, o governo do país firmou um acordo para a facilitação de vistos com o Brasil. Pelo acordo, que começou a vigorar em 1º de outubro, fica estabelecido um prazo de validade de cinco anos para vistos de turista, com múltiplas entradas e estada de até 90 dias, renováveis por mais 90 dias a cada 12 meses.
Antes, o documento tinha validade de três meses. A flexibilização de vistos, defendida pela Organização Mundial do Turismo, é um importante impulso para o governo brasileiro atingir a meta prevista no plano Brasil + Turismo de atrair 12 milhões de visitantes estrangeiros até 2022.
O Ministério do Turismo também credenciou 316 agências brasileiras para receberem visitantes chineses no Brasil em 2017. O cadastro é obrigatório na legislação nacional e também segue determinação do governo chinês. Para este ano, o credenciamento de agências interessadas em receber os turistas chineses no próximo ano teve início em 01 de novembro e segue até dia 15 de dezembro.