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Belém se enfeita para sua padroeira

Capital paraense é palco, neste final de semana, de uma das maiores procissões religiosas do país. Mais de dois milhões de pessoas são esperadas na romaria de domingo (08)

  • Publicado: Sexta, 06 de Outubro de 2017, 10h27
  • Última atualização em Sexta, 06 de Outubro de 2017, 10h46

Por Lívia Nascimento

06 10 17 PA Belem Cirio Nazare Corda Luiz Braga 2
Crédito: Acervo Iphan

As ruas e casas de Belém (PA) já estão preparadas para receber aquele que é o maior e mais importante evento do ano para a cidade: o Círio de Nazaré. A celebração em homenagem à Nossa Senhora de Nazaré, padroeira do Pará e Rainha da Amazônia, está em sua 225º edição e leva para as ruas da capital paraense mais de dois milhões de pessoas apenas na procissão principal, realizada no domingo (08). De tão importante, o Círio é conhecido também como o Natal do paraense.

Realizada todos os anos, sempre no segundo domingo de outubro, a celebração emociona locais e turistas que fazem questão de demonstrar toda sua fé e devoção à Nazinha, como a santa é carinhosamente chamada. Para que tudo saia perfeito, a organização tem início ainda no primeiro semestre.

Cada etapa da celebração é pensada com cuidado, desde a escolha do manto que irá envolver a imagem - ele muda a cada edição - passando pelo lançamento do Cartaz Oficial das celebrações. O tema da procissão deste ano é “Maria, Estrela da Evangelização”.  Quem participa da procissão acaba se rendendo à emoção.

Foi o caso da turista de Brasília, Lílian Ferreira. “Minha experiência no Círio de Nazaré foi maravilhosa e surpreendente! Estive a primeira vez em 2011 e voltei em 2012 de tanto que gostei da experiência. Por mais que você já vá esperando a grandiosidade do evento, participar traz um pouco de entendimento do que representa a festa para os romeiros, para a cidade e para os paraenses. Foi emocionante!”, relata. A analista ambiental ainda aproveitou para prolongar a estadia e conhecer a natureza exuberante da Ilha de Marajó.

Um dos momentos mais bonitos da extensa programação de homenagens à santa é a procissão fluvial que acontece no dia anterior ao grande cortejo. Cuidadosamente instalada em um navio da Marinha do Brasil, a imagem atravessa as águas da baía do Guajará, abençoando ribeirinhos e fiéis que aguardam ansiosos pelo momento de ver Nazinha passar. O chamado “Círio das Águas” é acompanhado por centenas de barcos, lanchas, balsas e veleiros até a chegada da imagem na Estação das Docas, um dos pontos turísticos da cidade.

À noite, milhares de velas iluminam o caminho da Berlinda que transporta Nossa Senhora de Nazaré. A estimativa é que mais de um milhão de pessoas acompanhem o trajeto. Durante todo o percurso, fogos de artifício e muitas homenagens à padroeira do paraense. Uma curiosidade marca esse momento da festa. Ao passar pela Praça da República, rumo ao ponto de partida no domingo, a área frente do icônico Theatro da Paz vira palco da tradicional Festa da Chiquita, realizada desde a década de 70, e que reúne o público LGBT, simpatizantes e personalidades da cultura paraense, além dos visitantes.

A GRANDE PROCISSÃO - Mas é com o raiar do dia no domingo (08) é que visitantes e turistas devem ter a dimensão completa do que o Círio de Nazaré representa para devotos e locais. Os fiéis e turistas se concentram na Catedral da Sé, de onde sai o cortejo, rumo à Brasílica de Nossa Senhora de Nazaré em um percurso de 3,6 quilômetros.

Mais de dois milhões de pessoas acompanham a imagem e aproveitam para prestar homenagens, agradecer e pagar promessas. Aliás, os promesseiros são parte fundamental da procissão com esculturas de casas, partes do corpo em cera, barcos de miriti - artesanato típico da região e que reforça a importância do meio de transporte para a comunidade ribeirinha.

Uma das cenas mais emblemáticas de todo o cortejo são os fiéis que, agarrados à corda que leva à Berlinda, suportam as altas temperaturas e a multidão para ficar um pouco mais perto da santa. Cada espaço mínimo na corda de 400 metros de comprimento e 50 milímetros de diâmetro é altamente disputado pelos romeiros. Levar o pedaço do objeto para casa é sinônimo de proteção, além de recordação.

Ao final da procissão, em meio à emoção e fé, os paraenses participam do famoso almoço em família e celebram a data com a degustação dos famosos pratos típicos locais como o Pato no Tucupi, maniçoba e o Vatapá.

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