Chocolate movimenta turismo gastronômico e histórico em Ilhéus
Realização do 9º Festival Internacional do Chocolate e Cacau traz atrativos feitos com a iguaria e coloca a Bahia no ranking das maiores exportadoras de cacau no Brasil
Por Nayara Oliveira
Crédito: Ana Lee
Ilhéus, no sul da Bahia, é um destino turístico que agrada pela diversidade de atrativos. Além da praia e sol; tem a cultura de Jorge Amado - autor da obra Gabriela Cravo e Canela - e tem uma riqueza histórica contada pela tradição da produção de cacau. Para celebrar e fomentar ainda mais o fruto e a iguaria, a cidade recebe, entre os dias 20 e 23 de julho, o 9º Festival Internacional do Chocolate e Cacau.
Este ano são esperadas 60 mil pessoas durante os quatro dias de evento, superando os 50 mil registrados em 2016. A feira é aberta ao público e conta com mais de 80 expositores, que trazem produtos derivados do fruto e chocolates de diferentes sabores e aromas. Na feira, passarão 30 marcas de chocolate de origem do Sul da Bahia e da Amazônia.
Além da degustação da delícia, o evento traz à população e aos investidores cursos de capacitação, debates, rodadas de negócios e palestras ministradas por especialistas internacionais. A programação do Chocolat Bahia inclui ainda workshops gratuitos de receitas com renomados chefs do país, visitas a fazendas produtoras de cacau e exposição de esculturas de chocolate.
O Festival em Ilhéus é uma forma de promover a cidade como polo chocolateiro e difundir a cadeia produtiva do cacau. O município tem, na produção do fruto, parte importante de história e remete à década de 1940, quando as fazendas começaram a investir no cultivo. Nos anos 90 uma praga assolou as lavouras e fez a produção na Bahia entrar em declínio. Desde então, as vendas do produto caíram, mas não tiraram de Ilhéus o título de uma das maiores produtoras do Brasil.
Hans Schaeppi, 89 anos, é um dos pioneiros dessa indústria no município. O pai de Hans era suíço e veio ao Brasil trabalhar na inspeção do cacau. O filho aprendeu os segredos da produção do fruto e, com o tempo, sentiu a necessidade de fazer, ele mesmo, chocolates para vender.
“As pessoas que visitavam a cidade me falavam: como pode Ilhéus ser grande produtora de cacau e não ter nenhuma fábrica de chocolate? Foi então que decidi iniciar o negócio”, explica Hans, que há 50 anos realiza o cultivo e há 35 produz as guloseimas. Hans é dono da fábrica Chocolate Caseiro Ilhéus e vende três toneladas do produto por ano.
Atualmente, mais de 40 marcas baianas de chocolate de origem estão presentes no mercado. Todos são 100% produzidos na Bahia, desde a extração do fruto até a produção e venda, sendo que a maior parte produzida na Bahia é feita com alto teor de cacau, a partir de amêndoas livre de conservantes.