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PATRIMÔNIO

Gestores públicos debatem em Recife a valorização de fortes e fortalezas

Evento realizado pelo Iphan em parceria com ministério do Turismo, da Cultura e da Defesa tem, entre seus objetivos, aproveitar o potencial turístico das fortificações

  • Publicado: Terça, 04 de Abril de 2017, 13h40
  • Última atualização em Sexta, 07 de Abril de 2017, 19h01

 

Por André Martins

 
Secretário Neusvaldo Ferreira durante o evento. Crédito: Gustavo Messina

Começa nesta terça-feira (04), em Recife (PE), o Seminário Internacional Fortificações Brasileiras - Patrimônio Mundial, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com os ministérios do Turismo, da Cultura e da Defesa. O evento reúnirá gestores públicos nacionais e internacionais no Forte das Cinco Pontas, na capital pernambucana, para a troca de experiências, e tem como foco a candidatura de um Conjunto de Fortes e Fortalezas do Brasil a Patrimônio Mundial pela UNESCO.

A ideia é que, durante quatro dias de discussões, técnicos das pastas envolvidas definam um modelo de gestão e debatam a valorização turístico-cultural de 19 monumentos distribuídos por 10 estados brasileiros, construídos desde e época do Brasil Colonial. Presente ao encontro, o secretário nacional de Estruturação do Turismo, Neusvaldo Lima, destacou o potencial do turismo cultural e a atuação do MTur na melhoria da infraestrutura de destinos que possuem bens do tipo.

Neusvaldo Lima ressaltou que dados da Organização Mundial do Turismo apontam o aumento de viagens motivadas por atividades culturais. Ele observou ainda que dos 10 países mais visitados no planeta (França, Estados Unidos, Espanha, China, Itália, Turquia, Alemanha, Reino Unido, Rússia e México), nove figuram entre as nações com o maior número de bens inscritos como Patrimônio Mundial - lista na qual o Brasil ocupa a 11ª posição.

“O setor privado passa a ser prioridade porque o governo elabora políticas públicas, fomenta investimentos e apoia a estruturação, a qualificação e a promoção de produtos turísticos, mas é a iniciativa privada que faz a gestão do serviço turístico. Os tempos atuais nos levam a buscar outro formato de atuação”, explicou o secretário.

Neusvaldo Lima acrescentou, ainda, que a atenção às fortificações abre espaço a investimentos privados no setor, além de reforçar a atração de visitantes e contribuir para a conservação das estruturas. O MTur tem um histórico de investimentos superiores a R$ 230 milhões em restauração de prédios históricos, implantação e recuperação de museus, revitalização de centros históricos e implantação de vias de acesso a atrativos culturais, entre outros.

O diretor do Departamento de Patrimônio Material e Fiscalização do Iphan, Andrey Rosenthal, elogiou a união de esforços pelo aproveitamento e a conservação de fortes e fortalezas. “Quero agradecer a parceria com o Ministério do Turismo e as Forças Armadas no sentido de garantir a preservação desse patrimônio que tanto diz da identidade nacional e que suscita a reflexão sobre políticas quanto a bens protegidos”, declarou.

O Conjunto de Fortificações integra a Lista Indicativa brasileira do Patrimônio Mundial da UNESCO. O documento reúne bens culturais e sítios naturais que refletem a diversidade do território nacional e que contribuem para a compreensão do processo civilizatório da humanidade.

O primeiro dia do seminário contará ainda com apresentações do Ministério da Defesa, sobre legados e desafios inerentes à arquitetura militar no Brasil; do Iphan, a respeito da preservação das estruturas; do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS - Internacional Council of Monuments and Sites, em inglês), sobre a candidatura de bens seriados a Patrimônio Mundial.

PROGRAMAÇÃO - O seminário que segue até sexta-feira (07), terá, ainda, a presença de representantes da Fortaleza de Dalt Vila, em Ibiza (Espanha); do Castelo de São Jorge, em Lisboa (Portugal); do Castelo de San Felipe de Barajas, em Cartagena de Indias (Colômbia); e do Sistema de Fortificações de Havana (Cuba), que vão compartilhar experiências de gestão. Também vão ser expostos modelos de administração no Brasil, a exemplo da Fortaleza de Tapirandú, em Morro de São Paulo (BA); do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), e do próprio Forte das Cinco Pontas.

A proposta é que, ao final do encontro, com a presença dos ministros do Turismo, da Cultura e da Defesa, seja assinada a Carta do Recife. O documento vai elencar diretrizes para o estabelecimento de parcerias público-privadas, a certificação de destinos patrimoniais e ainda acordos específicos voltados a cada fortificação.

 

 

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