Turismo discute gestão de patrimônio histórico em Portugal
Debate com representantes do governo português tratou de modelos estratégicos para uso turístico de edifícios tombados e estruturação de roteiros culturais
Por Bruno Bernardes
A comitiva do Ministério do Turismo, chefiada pelo secretário-executivo, Alberto Alves, participou nesta quarta-feira (15) em Lisboa, Portugal, de um debate sobre estratégias para o desenvolvimento sustentável do turismo em edifícios tombados. O tema foi pauta das agendas conjuntas entre a comitiva, representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e diretores do governo de Portugal.
No encontro, o governo português apresentou os avanços obtidos com o programa Revive - baseado no tripé reabilitação, patrimônio e turismo -, que garantiu aos equipamentos culturais portugueses um salto no fluxo de visitantes. Em 2016, museus, palácios e monumentos públicos do país receberam 7,2 milhões de turistas, um aumento de 13,7% já no primeiro ano das ações integradas.
"Não vale a pena a promoção do turismo se o patrimônio não está preparado. É importante a estruturação do produto como um todo, um itinerário, um conjunto patrimonial. E temos a preocupação de as pessoas circularem com facilidade" destacou Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal. Ele acrescentou, ainda, que foram criados mecanismos de parcerias público-privadas para a concessão dos monumentos. "Não é possível viver só do edifício. É preciso agregar atividades interativas permanentes para que o turista seja inserido no contexto", concluiu.
Alberto Alves solicitou o modelo de legislação utilizado para as Parceria Público-Privada (PPPs) e gestão dos equipamentos. "Vamos aproveitar essas experiências de sucesso, pois no Brasil temos muito a avançar na celebração de parcerias público-privadas, que são fundamentais para o melhor aproveitamento dos patrimônios históricos pelo turismo", ressaltou.
Segundo a presidente do IPHAN, Kátia Bogéa, o trabalho integrado com o turismo é fundamental para a formatação das ações no Brasil. "Precisamos andar de mãos dadas e implantarmos estratégias agressivas para que nosso potencial seja aproveitado", finalizou.