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No #DiaDaMulher, o programa Falando em Turismo foi dedicado a elas

O MTur preparou uma roda de conversa com Teté Bezerra, secretária do Ministério do Turismo, Irma Karla, presidente da federação dos guias de turismo e Luana Alves, turista que viaja sozinha pelo Brasil

  • Publicado: Quarta, 08 de Março de 2017, 10h49
  • Última atualização em Quarta, 08 de Março de 2017, 19h23


Crédito: Gustavo Messina/ MTur

No Dia Internacional da Mulher, o programa “Falando em Turismo” recebeu três convidadas especiais que mostram o empoderamento feminino em suas atividades cotidianas. Teté Bezerra, secretária Nacional de Qualificação e Promoção do Ministério do Turismo, Irma Karla, presidente da Federação Nacional dos Guias de Turismo (Fenagtur) e, Luana Alves, turista que adora viajar sozinha pelo Brasil, foram as convidadas do bate-papo com o ministro Marx Beltrão. Entre os temas debatidos, o preconceito no mercado de trabalho e a violência contra as mulheres.

A pernambucana Luana Alves contou que o principal questionamento que tem que responder quando viaja sozinha é sobre a segurança. “Vejo que a segurança é a questão principal do medo das mulheres de viajarem sozinhas. Às vezes não é questão econômica. Eu posso, mas eu não vou. Mas tem que enfrentar, porque insegurança a gente pode ter em casa, no dia a dia, no trabalho, no lazer... você pode se sentir insegura em qualquer lugar”, opina a turista.

Ela afirma ainda que aproveita as viagens para se sentir confiante. “Na viagem eu vou aproveitar aquele momento e não me sentir vulnerável, que é uma palavra muito forte para as mulheres, de se achar frágil”. O primeiro passeio solitário de Luana foi por Minas Gerais, há dois anos, e ela acabou optando pela hospedagem em albergues. “Ouro Preto era meu sonho de destino nacional. Ninguém tinha disponibilidade de viajar comigo e eu não podia perder a oportunidade de realizar um sonho de vida. Foi quando decidi ir sozinha para conhecer”, lembrou.

Para a secretária Teté Bezerra, as mulheres estão cada vez mais em busca de aperfeiçoamento. Ela usou como exemplo os programas do Ministério do Turismo que qualificaram 146 mil pessoas, entre 2012 e 2016, com cerca de 60% das vagas sendo ocupadas por mulheres. “Nós entramos efetivamente no mercado de trabalho na metade do século passado. Isso foi um fenômeno decorrente da Segunda Guerra Mundial, quando os homens foram para as batalhas e as mulheres assumiram a linha de frente do mercado. O universo do trabalho era muito masculino, à mulher era dado outra função: a casa, a criação dos filhos. No entanto, temos visto que isso tem mudado. Você vê nas universidades um número maior de mulheres. Então, elas estão se dedicando à formação, qualificação”, analisou.

Opinião compartilhada pela presidente da Fenagtur, que defende a importância da qualificação para a inserção da mulher no mercado do turismo. “Qualificação está em primeiro lugar. Se ela deseja ser guia de turismo, ela deve buscar um curso, que hoje tem uma carga horária mínima de 800 horas, depois ela pode se aperfeiçoar em alguma língua. Se ela deseja montar uma agência de turismo, ela deve buscar o Sebrae para saber o melhor caminho a seguir”, disse Irma Karla.

No entanto, mesmo com a qualificação, as mulheres sofrem com o preconceito. “No nível de chefia, as mulheres ainda precisam ser mais valorizadas. Nós ajudamos e contribuímos, mas infelizmente as mulheres nem sempre chegam a exercer a função de chefia”, aponta Teté Bezerra.

Irma Karla, é uma das exceções à frente da Fenagtur, hoje com 17 mil guias, e falou sobre o desafio de ocupar o cargo. “Tem alguns homens que acham que a gente não tem competência, não vai dar conta do recado, mas a gente procura se aperfeiçoar e aprimorar. É notório a melhoria de gestão que tivemos nestes últimos anos. A gente sabe que existe essa questão do preconceito, até mostrar o nosso trabalho e competência”.

O ministro defendeu a participação cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho e exaltou as qualidades femininas. “As mulheres estão tomando conta do mercado e temos que admitir que elas têm muito mais capacidade de organização de trabalhar em grupo e as mulheres têm que ser respeitadas por todos”, elogiou.

O Brasil ocupa a quinta posição no ranking mundial de violência contra a mulher. Para denunciar qualquer tipo de violência as pessoas têm à disposição o Disque 180, central de atendimento criada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR). Trata-se de um canal direto de orientação sobre direitos e serviços públicos para a população feminina em todo o país (a ligação é gratuita). 

» Confira a conversa completa no vídeo abaixo:

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