Macapá: a capital do meio do mundo está em festa!
A aniversariante deste sábado (4) é cortada pela linha do equador, que divide entre os hemisférios norte e sul, e é a única capital brasileira banhada pelas águas do rio Amazonas
Por Geraldo Gurgel
Quem chega a Macapá, seja por via aérea ou fluvial – as estradas ainda são raras na região - se depara com uma mistura de sentimentos e sensações. A exuberância da natureza se reflete nas águas do majestoso rio Amazonas que, ainda longe da foz, sobe e desce margeando a capital que completa neste sábado (4), 259 anos. Se de um lado do rio, o visitante vislumbra o horizonte se confundindo com o arquipélago do Marajó (PA), do outro, o concreto se espraia tocando a floresta tropical que cobre todo o Estado do Amapá até o Oiapoque, na divisa do Brasil com a Guiana Francesa.
Enquanto os aviões riscam o céu, o rio é costado por grandes balsas gigantes e navios cargueiros. As embarcações trançadas de redes, também conhecidas como “gaiolas”, transportam os ribeirinhos entre os destinos amazônicos. Belém é um dos mais próximos. A capital do Pará pode ser alcançada em 30 minutos de voo ou 24 horas de navegação. A viagem de 300 quilômetros compensa, tanto pela beleza da floresta vista de cima, como pelos canais que se comunicam com o rio Amazonas e permitem a navegação.
Dividida pela linha do equador, Macapá tem como principal atrativo o pitoresco Marco Zero, monumento onde o visitante pode caminhar alternando os passos entre os hemisférios norte e sul. O Estádio Zerão também permite essa experiência única aos torcedores e turistas. Eles se dividem nas arquibancadas localizadas nos dois hemisférios, enquanto os jogadores disputam a bola, ora no norte ora no sul da terra, já que a linha do equador corta o campo de futebol ao meio.
A Fortaleza de São José de Macapá é uma das maiores do país e uma referência para os amapaenses, por representar um marco cultural, arquitetônico e histórico da cidade. Ao visitar o monumento em formato de um polígono estrelado, o turista faz uma viagem ao Brasil colonial. O Parque do Forte, na área externa da fortaleza, é um complexo turístico e de lazer ideal para caminhadas e piquenique, além da vista do rio Amazonas, nos decks panorâmicos ao longo do percurso. Um trapiche se projeta sobre o rio e leva o turista de bondinho ou caminhando cerca de 500 metros sobre as águas do maior rio do mundo em volume de água e o segundo em extensão do planeta.
A igreja de São José de Macapá, construída em 1761, é o monumento mais antigo da cidade. A construção tem torre lateral única e fachada neoclássica. A arquitetura simples, trazida pelos jesuítas, se reveste de beleza na maior festa da cidade, a do padroeiro São José, em 19 de março. Uma imagem do santo, de costas para a cidade, sobre uma pedra a 300 metros da margem do rio abençoa os viajantes que passam ou chegam pelo Amazonas. Já o Círio de Nazaré de Macapá, no segundo domingo de outubro, reúne mais de 250 mil pessoas e se tornou o maior evento religioso do Amapá.
O jeito de viver dos povos tradicionais da Amazônia é reproduzido pelo Museu Sacaca. O local mostra em detalhes o dia a dia dos indígenas, ribeirinhos e castanheiros. Já a influência negra no Amapá é valorizada no Museu do Negro. Já na Casa do Artesão, os visitantes encontram trabalhos dos indígenas e demais ribeirinhos em peças de madeira, argila, fibra vegetal, sementes e penas, entre outros elementos retirados da natureza, sem impactar o meio ambiente.
A Área de Proteção Ambiental do rio Curiaú, localizada a 12 quilômetros de Macapá, às margens do Lago Curiaú, tem uma área quilombola e um balneário de águas cristalinas, onde o visitante pode ouvir os sons do batuque e marabaixo e ainda saborear um camarão no bafo e tucunaré assado. Já o Balneário Fazendinha, a 16 quilômetros de Macapá, oferece uma bela paisagem, bares e restaurantes com os mais variados pratos típicos da região.