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As belezas e encantos do Parque Nacional de Itatiaia

O parque nacional mais antigo do Brasil reúne atrativos naturais da Serra da Mantiqueira, entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais, próximo à divisa com São Paulo

  • Publicado: Terça, 10 de Janeiro de 2017, 11h44
  • Última atualização em Sexta, 10 de Fevereiro de 2017, 19h10

Por Geraldo Gurgel


Grupo no topo da Pedra do Sino. Ao fundo Pico das Agulhas Negras. Crédito: Geraldo Gurgel

Quem passa pela Via Dutra (BR-116) entre os estados de Rio de Janeiro e São Paulo avista, de longe, o pico das Agulhas Negras, penhasco cheio de pontas que é o principal atrativo do Parque Nacional de Itatiaia. O parque está localizado no maciço do Itatiaia (pedra pontiaguda), na serra da Mantiqueira, no sul dos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. A área de 30 mil hectares abrange os municípios de Alagoa, Bocaina de Minas e Itamonte, em Minas Gerais, além de Itatiaia e Resende, no Rio de Janeiro.

O local proporciona aos visitantes recreação e turismo ecológico ao mesmo tempo que se preocupa também com a proteção da diversidade ambiental e nascentes. Boa parte dos atrativos é acessada pelo lado fluminense como: Lago Azul, Cachoeira Poranga, Piscina Natural do Maromba, Cachoeira Itaporanni, Cachoeira Véu de Noiva e Três Picos. Nesta área, as caminhadas em meio a trilhas são mais leves e rápidas. Em meia hora, chega-se às principais cachoeiras e alguns mirantes.

A parte mais alta, incluindo o pico das Agulhas Negras, é acessada pela BR-485, que começa na Garganta do Registro, na Divisa entre Resende (RJ) e Itamonte (MG).. O local é um antigo pedágio de cobrança de imposto do ouro e fica em um desvio da Estrada Real que ligava Diamantina (MG) a Paraty (RJ).

A estrada pretendia ligar os dois lados do parque, quando a área que pertenceu ao Visconde de Mauá foi transformada no primeiro parque nacional, em 1937, e refúgio do então presidente Getúlio Vargas. A rodovia mais alta do pais nunca foi concluída. Pouco resta do asfalto, uma espécie de espinha dorsal de onde partem as trilhas em direção as nascentes, cachoeiras, piscinas naturais e formações rochosas que desafiam a imaginação dos visitantes: Agulhas Negras, Pico do Couto, Pedra do Sino, Ovos da Galinha, Prateleiras, Asa do Hermes e Altar, entre outras que beiram os 2.800 metros de altura. O Pico do Itatiaiaçu, com 2.791 m de altitude, localizado nas Agulhas Negras, é o mais alto.

É nesse cenário rico em história e belezas naturais que o parque de Itatiaia guarda muitos tesouros para os amantes do turismo de aventura. São mais de 100 mil visitantes por ano e muitos buscam os pontos de acesso mais difíceis. Foi lá que encontramos o bancário Reinaldo Palmeira, de Brasília, e Ediceu Pereira, servidor público em São Paulo. A expedição com 20 quilômetros e oito horas de caminhada, ida e volta, até a Pedra do Sino (2.670 m), foi conduzida pelo guia Felipe Guimarães, com 20 anos de experiência na área, e ainda contou com o mexicano Ulises Viveiros. O rapaz, que chegou ao Brasil no ano passado como voluntário dos jogos olímpicos, decidiu ficar entre as montanhas da Serra da Mantiqueira e já trabalha em um abrigo para montanhistas no entorno do parque. A região conta com opções de hospedagem que vão de simples albergues aos hotéis de charme.


Pausa para se refrescar na cachoeira da nascente do  rio Aiuruoca. Crédito: Geraldo Gurgel

Entre pausas para beber água das nascentes do rio Aiuruoca, lanches para recarregar as baterias, banho de cachoeira e piscinas naturais, o grupo atingiu o ponto mais alto da Pedra do Sino ao meio-dia. Em um abrigo do sol e chuva, os montanhistas encontram, dentro de uma pequena lata, uma espécie de tesouro escondido. É o Livro de Registro onde é possível deixar mensagens e assinalar a passagem pelo local escalado.

“Fomos os primeiros a atingir o topo da montanha em 2017”, comemorou Reinaldo ao registrar a assinatura. Junto com o amigo Ediceu, ele pretende escalar os 10 pontos mais altos do Brasil. Para Reinaldo foi o segundo, já Ediceu está à frente. “Já realizei oito escaladas como esta”, disse. Os dois se conheceram no Monte Roraima e planejam subir o Pico da Neblina na próxima escalada. Uma amizade proporcionada pelo gosto de ambos pelo turismo de aventura.

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