Atrativos naturais e históricos integram a Rota do Tropeirismo entre o Paraná e São Paulo
Tocha olímpica deixa hoje o Paraná, pela cidade de Castro, e retoma o revezamento pelo interior de São Paulo com pernoite em Itapetininga
Por Geraldo Gurgel
Castro. Foto: Prefeitura municipal
A Tocha Olímpica se despede neste sábado (16) do Paraná para iniciar sua viagem pelo Estado de São Paulo. E Castro, no antigo Caminho das Tropas, será o último destino paranaense visitado pelo símbolo olímpico. Além de antigo pouso tropeiro, o relevo dos Campos Gerais e a cultura holandesa influenciam o turismo local. O Memorial da Imigração Holandesa é um dos atrativos. Entre os monumentos tombados pelo Patrimônio Histórico do Paraná estão o Museu do Tropeiro; a Fazenda Capão Alto; a Estação Ferroviária; e duas casas comerciais históricas. As colônias Terra Nova (Alemã) e Castrolanda (Holandesa) oferecem atrativos como o Moinho Holandês, o Museu do Imigrante Alemão e a Igreja Santa Terezinha, além de festas e comidas típicas. O turismo de aventura é destaque nos saltos, quedas, corredeiras e no cânion Guartelá, no rio Iapó.
Morro Chato. Foto: Prefeitura municipal
A chama olímpica retorna à São Paulo por Itararé, que significa "pedra que o rio cavou". Cachoeiras, rios, cânions, ciclismo, trekking, ecoturismo, turismo religioso e rural são algumas das opções em cidade que tem entre os principais atrativos: o Parque Ecológico da Barreira, os rios Verde e da Vaca, o Morro Chato e a Reserva Vale do Corisco, onde fica a Cachoeira do Corisco com 96 metros de altitude. A região dos índios Guainazes tornou-se pouso de bandeirantes, exploradores, jesuítas e estudiosos; e um dos pontos de descanso do Caminho das Tropas entre o Sul do Brasil e a feira de animais de Sorocaba (SP).
Itapeva. Foto: Prefeitura municipal
Itapeva tem como destaques históricos a Catedral de Santana, em taipa e construída por escravos, e a capela do Carmo, além do Memorial ao Tropeiro e da Estação Vila Isabel. O município tem 45 cachoeiras e o cânion Pirituba, localizado entre o Cerrado e a Mata Atlântica. No Parque Rupestre Água Limpa é possível admirar as inscrições do antigo abrigo indígena dos Kaingangs que ocuparam a região sudoeste do estado a mais de dois mil anos. A Fazenda Pilão D'Água abriga até hoje o Casarão, a Senzala e os muros de pedras do tempo dos escravos. A Casa da Cultura, também foi construída pelos escravos em taipa de pilão.
Capão Bonito. Foto: Prefeitura municipal
O maior rio de São Paulo, o Paranapanema, banha a cidade de Capão Bonito, penúltimo destino do dia, e propicia a prática de rafting. O rio cruza a floresta com animais silvestres, entre eles, micos, lontras, antas e felinos. Outras opções de turismo de aventura, como canoagem e boia-cross, são os rios das Conchas e das Almas, além do trekking 7 Quedas e trilhas off road. A cachoeira dos Alves, a maior de todas, tem cascata com rapel de 80 metros de altura, no meio da Mata Atlântica. Já a Trilha do Amendoim percorre uma antiga estrada pela floresta preservada até o rio Paranapanema.
Itapetininga recebe a chama olímpica para pernoite com festa no Horto Religioso. A exemplo de outras cidades da região, Itapetininga também se desenvolveu na rota do tropeirismo com pouso das tropas nas margens do rio Itapetinga, hoje ocupadas por áreas de lazer. Essa história se repete, anualmente, quando centenas de tropeiros e suas comitivas partem de Itararé e passam por Itapetininga rumo à Sorocaba. Os turistas podem conhecer mais sobre Itapetininga no Centro Cultural e Histórico, que também abriga o Memorial Júlio Prestes. A cidade tem, ainda, a Catedral Nossa Senhora dos Prazeres, uma das maiores do estado, em forma de cruz latina. Uma extensa agenda de eventos rurais, comerciais, culturais e religiosos atrai turistas o ano inteiro para Itapetininga.
INVESTIMENTOS – Desde sua criação, em 2003 até 2015, o Ministério do Turismo já investiu R$ 1,1 bilhão em infraestrutura turística no estado de São Paulo. Para as cidades que vão receber o tour da tocha olímpica hoje, foram destinados R$ 500 mil para Itararé; R$ 3,4 milhões para Itapeva; R$ 1 milhão para Capão Bonito; e R$ 1,8 milhão para Itapetininga. No mesmo período, o estado do Paraná recebeu do Ministério do Turismo R$ 484 milhões, sendo R$ 6,2 milhões destinados ao município de Castro, por onde a tocha olímpica se despede do Paraná, antes de entrar em são Paulo.