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Olimpíada

Chapada dos Guimarães: turismo no centro geodésico do Brasil

A tocha olímpica passeia hoje por um dos mais belos cenários naturais do planeta. O destino turístico, no centro do Brasil, fica equidistante dos oceanos Atlântico e Pacífico

  • Publicado: Sexta, 24 de Junho de 2016, 09h17
  • Última atualização em Quinta, 30 de Junho de 2016, 12h55

 

Por Geraldo Gurgel


Parque Nacional. Foto: Beto Garavello/LUME


Cuiabá é a porta de acesso ao Parque Nacional da Chapada dos Guimarães, destino turístico de brasileiros e estrangeiros que buscam tranquilidade e natureza exuberante. A cidade de Chapada dos Guimarães, próxima ao parque e distante 65 km da capital de Mato Grosso, tem a preferência dos visitantes pelo seu casario histórico com mais de 40 prédios tombados pelo Iphan, entre eles, a bucólica igreja de Santana (1751). Nos arredores da praça ficam bares, restaurantes e lojas de artesanato, que ocupam o casario colorido. A cidade também conta com boas opções de hospedagem.

O artesanato com forte influência indígena é outro atrativo e uma das referências da chapada. Nos dias mais frios do ano, a temperatura pode cair abaixo de zero. Esse outro diferencial de Chapada dos Guimarães, a 811 metros de altitude, atrai muitos turistas para o festival de inverno marcado pela boa música e cardápio típico como galinhada, arroz Maria Isabel (com carne seca), pacú e filé de pintado.

A integração com a natureza é a marca de Chapada dos Guimarães que divide com Cuiabá os 330 km² do parque nacional. O cenário é perfeito: uma combinação de cerrado com cachoeiras e cânions, além de pinturas rupestres e formações rochosas que se elevam e enchem os olhos de ecoturistas e esotéricos. As muitas trilhas, desbravadas a pé ou de bicicleta, levam os visitantes a mirantes naturais. Dos maciços montanhosos, em dias claros, avista-se a planície pantaneira e Cuiabá. Em um deles fica o marco que seria o Centro Geodésico da América do Sul, a 845 metros de altitude e equidistante 1.600 km dos oceanos Atlântico e Pacífico. Cuiabá também disputa essa posição geográfica.

Quem visita a Chapada dos Guimarães pode aproveitar para admirar o visual de 157 km de paredões cortados por 56 nascentes e 487 cachoeiras. A região da chapada tem, ainda, 46 sítios arqueológicos e dois sítios paleontológicos. Todos esses atrativos estão ligados por trilhas em meio à vegetação predominante do Cerrado. Além do Parque Nacional, o turista encontra 2.500 km² de Área de Proteção Ambiental; duas reservas estaduais; dois parques municipais; duas estradas-parque e uma fauna variada com 38 espécies endêmicas.

Alguns dos passeios mais belos ficam fora do Parque Nacional, entre eles, o Mirante Morro dos Ventos que fica a 1 km da cidade na borda dos paredões da chapada com vista para os paredões vizinhos a partir de uma plataforma de aço fixada na rocha. Já a caverna Aroe Jari ou "Morada das Almas" com 1,5 km de extensão tem entrada de 10 metros de altura e 60 de largura. O local tem trechos submersos e muitas pinturas rupestres. Na parte final da caverna tem a Lagoa Azul de águas cristalinas. Os feixes de luz natural deixam o cenário ainda mais bonito quando o sol forma a figura de uma ampulheta entre o teto e a água.

O conjunto natural fica a 46 km da cidade em uma área particular. Aproveite para visitar também a caverna Kiogo Brado, que fica na mesma trilha, com 30 metros de altura e 273 de extensão percorrida por um curso d´água do início ao fim. A água segue por um caminho paralelo a trilha dos visitantes. A vista do interior da caverna e suas formações remetem à arquitetura das igrejas com o teto repleto de adornos.


Parque Nacional. Foto: Beto Garavello/LUME


Confira aqui os atrativos imperdíveis do passeio:

O parque pode ser visitado o ano todo e a entrada é gratuita. Somente em 2015, 175 mil pessoas passaram por lá. A preservação dos recursos naturais e sítios arqueológicos proporciona o uso adequado para visitação, educação e pesquisa. Para saber mais sobre turismo sustentável, acesse Passaporte Verde e selecione as dicas para cuidar do meio ambiente.


Véu de Noiva

Cartão-postal da Chapada dos Guimarães, a cachoeira de 86 metros de altura é cercada por paredão de arenito em forma de ferradura. As araras vermelhas, que voam pelo vale, emocionam os turistas.


Parque Nacional. Cachoeira Véu da noiva. Foto: Beto Garavello/LUME

Circuito de Cachoeiras

O circuito é formado pelo córrego Independência, que desce pelo cerrado. São elas: 7 de setembro, Pulo, Degraus, Prainha, Andorinhas e Independência ou dos Malucos.


Casa de Pedra

A Casa de Pedra é uma gruta esculpida pelo córrego Independência. O local teria abrigado escravos fugitivos e a Coluna Prestes durante sua passagem pelos sertões. Hoje é habitada por morcegos e pequenos animais e preserva vestígios de inscrições rupestres.


Morro São Jerônimo

O Morro de São Jerônimo é um dos pontos mais altos do Parque Nacional, com mais de 800 metros de altitude e visual compensador ao esforço físico da caminhada.


Cidade de Pedra

As formações rochosas dão nome ao atrativo na beira dos paredões com desnível de 350 metros. Araras vermelhas, corujas buraqueiras, seriemas e emas frequentam o local. Pegadas de anta e onça pelo caminho indicam a presença de outros visitantes.


Vale do Rio Claro

O Vale do Rio Claro inclui caminhadas, subida à Crista de Galo, que permite visualização de 360° dos paredões areníticos, banhos no Poço da Anta e flutuação no longo do Rio Claro.


Como chegar

O acesso ao parque da Chapada dos Guimarães é feito pela rodovia estadual MT - 251, que margeia e corta o parque em grande extensão. A entrada principal está a 50 km de Cuiabá e 11 km da cidade de Chapada dos Guimarães. Carro tracionado e guia especializado no roteiro devem fazer parte do planejamento da viagem. Para quem não tem carro, é possível pegar ônibus na rodoviária de Cuiabá para Chapada dos Guimarães. Agências locais oferecem passeios para os principais atrativos – procure uma cadastrada no Cadastur.


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