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Artigo: Viagem para escapar da crise

Publicado no  jornal O Globo - segunda-feira, 12 de outubro de 2015

  • Publicado: Domingo, 11 de Outubro de 2015, 11h21
  • Última atualização em Terça, 19 de Janeiro de 2016, 11h23


"USA Today": "Turismo grego não é afetado pela crise financeira'! CNN: "A crise econômica da Espanha está em seu sexto ano consecutivo, e o turismo é um dos poucos pontos brilhantes em um horizonte sombrio." "Financial Times": "Portugal, o herói surpresa da Zona do Euro com exportações vigorosas e turismo próspero." Os trechos de reportagens de alguns dos meios de comunicação mais prestigiados do mundo revelam a importância econômica do mercado de viagens. No Brasil, ainda temos de evoluir a nossa percepção sobre esse setor que responde por 9,6% do PIB nacional, gera mais de três milhões de empregos e causa impacto em 52 atividades econômicas.

Em um momento desafiador da economia, faz-se necessário promover a reflexão sobre os gargalos, o potencial e os desafios para aumentar a competitividade do setor de viagens no Brasil. Atualmente, 62 milhões de brasileiros consomem turismo no país. Estudos mostram que outras 70 milhões de pessoas poderiam ser inseridas nesse mercado.

Quando olhamos para o cenário global, as perspectivas são ainda mais animadoras. De acordo com a Organização Mundial de Turismo, mais de 1 bilhão de pessoas circulam pelo planeta. O Brasil registrou 6,4 milhões de chegadas internacionais em 2014. Um recorde e um salto de 10,6% em relação a 2013, mas um número ainda tímido quando levamos em consideração os dados globais. Não conseguimos atrair nem 1% da população que viaja pelo mundo.

Num país de dimensões continentais como o Brasil, há condições reais de conquistar diferentes públicos com uma oferta diversificada. Alguns itens, no entanto, permeiam os mais distintos segmentos do turismo. Segurança e preço, por exemplo, são itens que pesam na escolha de qualquer destino, seja ele de ecoturismo, sol e praia ou cultural.

Pesquisa recente divulgada no GLOBO revela que estes são dois quesitos em que o Rio de Janeiro precisa avançar. São inegáveis os esforços realizados recentemente pelos governos do estado e da capital fluminense no combate à criminalidade. Mas é preciso mais, e o governo federal está disposto a dar a sua contribuição. Na Copa do Mundo, demos uma amostra de como é possível integrar as forças de segurança para garantir tranquilidade aos moradores e visitantes. Como resultado, estudo realizado pelo Ministério do Turismo com a Fundação Getúlio Vargas revelou que 92,9% dos estrangeiros que estiveram na cidade do Rio aprovaram a segurança pública.

Nas Olimpíadas, tenho certeza de que não será diferente. Já estamos nos preparando para organizar os Jogos: um grupo do governo federal, orientado pela presidente Dilma Rousseff, está rodando o Brasil para preparar o tour da tocha. Itens como organização e segurança são as pautas prioritárias das reuniões.

Reunimos em Brasília ministros, governadores, prefeitos, secretários estaduais e municipais para envolvê-los no planejamento e sensibilizá-los sobre a importância das Olimpíadas para o país.

Para além das questões pontuais, é preciso elevar a discussão para um nível estratégico. Entender a transversalidade do turismo e inserir o setor na agenda econômica prioritária. Em momentos de crise, temos de buscar soluções novas para retomarmos o crescimento. O mercado de viagens, como registra a mídia mundial, pode ser a tábua de salvação para economias que passam por momentos difíceis. É preciso promover uma reflexão profunda e um debate amplo para elevarmos o patamar de importância do turismo no Brasil.

Henrique Eduardo Alves é ministro do Turismo

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