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Artigo: A hora e a vez do turismo de negócios e eventos

  • Publicado: Quinta, 05 de Março de 2015, 15h34
  • Última atualização em Terça, 19 de Janeiro de 2016, 15h32

Gestores públicos e o mercado devem se unir para aproveitar o momento único que o Brasil vive e desenvolver o turismo de negócios e eventos. Do ponto de vista estrutural, de visibilidade e de expertise temos atualmente um ambiente propício para avançarmos consideravelmente nesse segmento. 

O Brasil apresenta hoje as melhores condições estruturais e de conhecimento acumulado para dar um salto no desenvolvimento do turismo de negócios e eventos. Historicamente nos posicionamos entre os dez maiores organizadores de eventos internacionais no mundo pelo ranking da Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA). Com o sucesso da Rio+20, Jornada Mundial da Juventude, Copa das Confederações e, mais recentemente, da Copa do Mundo, conquistamos uma mega visibilidade global. Mais, mostramos ao mundo que somos capazes de organizar eventos de diferentes perfis com o mesmo nível de excelência. O prêmio de etapa mais bem organizada da temporada de 2013 concedido ao GP Brasil de Fórmula 1 pela Federação Internacional de Automobilismo, numa eleição com pilotos e equipes, um público altamente qualificado, corrobora a nossa vocação o turismo de negócios e eventos.  

A Copa do Mundo antecipação investimentos, como no caso dos aeroportos, que receberam R$ 6,28 bilhões em infraestrutura, com 13 novos terminais de passageiros, e um aumento de 81% da capacidade de recepção. As concessões geraram uma arrecadação de R$ 20 bilhões para os cofres públicos. Recursos que possibilitarão a melhoria de 270 aeroportos regionais. Nos portos, o valor chega a R$ 587 milhões, com a reforma ou construção de terminais de passageiros em portos turísticos, como Fortaleza, Natal, Recife e Salvador. Na expansão da rede metropolitana de fibra ótica, estão sendo injetados R$ 233 milhões na implantação da tecnologia 4G para moradores e visitantes das 12 cidades-sede.

Além dos investimentos públicos, a iniciativa privada tem acreditado no bom momento do turismo nacional. Os financiamentos dos bancos públicos para o setor alcançaram valores recordes entre 2003 a 2013. As cinco instituições financeiras federais – Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bando do Nordeste, Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e Banco da Amazônia – desembolsaram R$ 58,4 bilhões nesse período. Só em 2012, houve um crescimento de 30,1% dos financiamentos e em 2013, novo crescimento de 20,6% com investimentos de R$ 13,5 bilhões empreendimentos relacionados ao turismo.

Somado a todos esses investimentos temos o PAC do Turismo, que destinou R$ 690 milhões, principalmente para a reforma, construção ou ampliação de 11 centros de convenções espalhados pelo Brasil (Maceió, Manaus, Pirenópolis, João Pessoa, Teresina, Curitiba, Natal, Porto Alegre, Balneário Camboriú, Aracaju, e São Paulo). A definição do segmento de negócios e eventos como prioritário para o desenvolvimento do turismo no Brasil não foi aleatória. De acordo com a Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo, feita com as 80 maiores empresas do setor, as promotoras de feiras e eventos faturaram R$ 62,7 bilhões em 2013. Um aumento percentual de mais de 110% na comparação com 2007, quando os valores chegaram a R$ 29,6 bilhões.

O turismo de eventos é também o segundo maior fator de atração de visitantes estrangeiros para o Brasil, respondendo por 25,6% dos turistas internacionais que vêm ao país. Este público tem um gasto médio diário de US$ 127, quase duas vezes maior que o desembolso dos turistas de lazer. Trata-se, por tanto, de um perfil de viajante altamente qualificado e disputado. Se bem tratado ele tende a voltar ao destino, trazendo a família. Não resta dúvida, que sabemos tratar bem os nossos visitantes. A hospitalidade brasileira passou a ser mundialmente famosa a partir da Copa do Mundo. Pesquisa realizada pelo Ministério do Turismo, em parceria com a FIPE, revelou que 95% dos visitantes estrangeiros na Copa do Mundo, manifestaram interesse em voltar ao Brasil.

Fica claro que o mundo voltou o seu olhar para o Brasil e gostou do que viu. Encantamos os estrangeiros com as nossas belezas naturais e inúmeros atrativos, gastronomia diversificada, vasto acervo cultural, grande diversidade de raça, mas acima de tudo mostramos toda nossa hospitalidade e receptividade. Temos ainda a Olimpíada do Rio 2016 como mais uma grande oportunidade para consolidarmos esta posição de bom anfitrião.

Para além dos ganhos de imagem em nível global, temos o mercado interno de turismo de negócios e eventos. Recentemente a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc) publicou uma pesquisa que dimensiona o segmento no país. De acordo com o evento perto de 600 mil eventos foram realizados em todo o Brasil em 2013. As feiras, seminários, congressos, convenções, simpósios, formaturas, e grandes encontros de negócios atraíram juntas mais de 200 milhões de pessoas. A contribuição em impostos arrecadados ficou perto dos R$ 50 bilhões e o faturamento chegou a casa dos R$ 209 bilhões, mostrando o potencial deste tipo de atividade, que é responsável pela geração de 7,5 milhões de empregos diretos e indiretos.

Além do Rio de Janeiro e São Paulo, outras cidades brasileiras se consolidam como polo de turismo de negócios como Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Foz do Iguaçu, Brasília e Fortaleza. Elas recebem eventos de diversas áreas, saúde, agropecuária, moda, aviação, finanças, construção civil, meio ambiente, dentre outros. Na distribuição geográfica dos eventos, mais da metade deles são realizados na região Sudeste, outros 20% acontecem no Nordeste; 15% no Sul; 9% no Centro-Oeste e apenas 4% no Norte.

Se as cifras não são suficientes para mostrar a um leigo a importância desse segmento, podemos ressaltar os ganhos de conhecimento. As feiras e o turismo de negócio têm uma capacidade de agregar valor aos destinos na medida em que permitem o intercâmbio de experiência, a transferência de tecnologias e o aumento na curva de aprendizado dos participantes. A elite do pensamento mundial viaja o mundo disseminando conhecimento por meio de conferências, congressos ou simpósios. O valor intangível da difusão de inteligência por meio de eventos talvez seja a maior qualidade desse segmento.

Diante desse cenário, priorizar o segmento de eventos e negócios é quase uma obrigação dos gestores públicos. Para o Ministério do Turismo, o segmento é fundamental para saltarmos da sexta para terceira colocação no ranking das maiores economias de turismo no mundo, como prevê o Plano Nacional do Turismo (PNT). Hoje respondemos por s US$ 77 bilhões (dólares) na economia do país, o que representa cerca de 3,7% do PIB e queremos projetar o país à marca dos US$ 150 bilhões. Esta proposição exige que comecemos um novo ciclo onde o foco esteja centrado em quatro eixos de atuação: inovação, competitividade, sustentabilidade e qualidade contínua nos serviços turísticos. Um ciclo, portanto, onde os eventos ganham importância inclusive como fator de reposicionamento da reputação do Brasil enquanto destino.

Vinicius Lummertz, - Secretário Nacional de Políticas de Turismo do Ministério do Turismo

 

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