Turismo é a estrada, e não o destino

São Paulo, SP – O caminho é repleto de desafios: encostas íngremes, temperatura em queda e chuva no chão batido “temperam” o percurso. O cicloturismo está no prazer de vivenciar o trajeto, mesmo que isso represente uma prova de fogo para o preparo físico e a disposição emocional.

Santa Catarina é pioneira na formatação de roteiros dessa modalidade de turismo no Brasil. Pelo menos três circuitos estão estruturados no estado: Vale Europeu (Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Doutor Pedrinho, Pomerode, Indaial, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó), Acolhida na Colônia (Santa Rosa de Lima e Anitápolis) e Costa Verde e Mar (interior e litoral de SC).

Segundo Walter Magalhães, diretor do Clube de Cicloturismo do Brasil, o cicloturista é, sobretudo, “um entusiasta do turismo independente, um exímio planejador e um fã das atividades físicas”. A bicicleta vira companheira de viagem e a filosofia do passeio está justamente em “viajar”, interagir com a paisagem e fazer um intercâmbio cultural nas comunidades por onde se passa.

Na Alemanha, os cicloturistas são mais de 21 milhões, movimentando nada menos que cinco bilhões de euros ao ano. No Brasil, o segmento começa a se organizar, estimulando as economias locais e despertando pequenas regiões turísticas para a força da modalidade. O gasto médio do viajante é estimado em R$ 50 ao dia.

As diretrizes que auxiliam poder público, empresários e gestores do setor na formatação de roteiros de cicloturismo estão no “Manual de Incentivo e Orientação para Municípios Brasileiros: Circuitos de Cicloturismo”, desenvolvido pela Associação dos Ciclousuários de Florianópolis (ViaCiclo) e apresentado pelo governo de Santa Catarina durante o 6º Salão do Turismo – Roteiros do Brasil. A publicação (disponível para consulta em http://ciclo.tur.br/arquivos/Manual-Circuitos-Cicloturismo.pdf) sugere os primeiros passos para a viabilidade técnica, econômica e publicitária de um projeto de cicloturismo.