Iniciativa carioca conquista reconhecimento por sua importância ao turismo local
Projeto Morrinho atua há mais de 21 anos em comunidades do Rio de Janeiro e movimenta a economia da região
Por Victor Maciel
Vencedores da categoria "Turismo de Base Local". Crédito: Roberto Castro/MTur
A união entre turismo, criatividade, educação e ativismo rendeu ao “Projeto Morrinho”, desenvolvido há mais de 21 anos em comunidades fluminenses, um dos troféus do 2º Prêmio Nacional do Turismo, entregue no início de dezembro, em Belo Horizonte (MG). Vencedor da categoria Turismo de Base Local, a iniciativa tem no setor um de seus principais pilares para a geração de emprego e renda na região, já que o “Morrinho Favela Tour”, roteiro criado pelo projeto, é um dos mais comercializados do Rio de Janeiro.
Além do turismo, a iniciativa criou novas relações comerciais junto a empreendimentos da comunidade, o que trouxe parceiras e oportunidades de negócios a pessoas de dentro e fora da área. O projeto também envolve a promoção de exposições do trabalho artístico de seus fundadores, com apresentações em diversas cidades do Brasil e do mundo. Os rendimentos são distribuídos igualmente aos que trabalham em cada mostra.
Os roteiros turísticos do Norte do país também foram destacados na edição 2019 do Prêmio. Um projeto implantado pelo SESC Roraima levou o segundo lugar. Com a participação maciça de povos e comunidades tradicionais, as rotas valorizam a história, os saberes e os fazeres locais. A iniciativa engloba seis percursos, dos quais cinco são em aldeias indígenas e um em uma comunidade de ex-garimpeiros. Há a promoção da conservação do patrimônio natural e o reforço das identidades coletivas, o que eleva a autoestima desses grupos, gera renda e proporciona um modelo de turismo que atua como ferramenta de reflexão.
O turismo de base comunitária garantiu ao estado do Paraná a terceira colocação na premiação. O Projeto “Caminho de São Francisco da Esperança” foi construído a partir de um percurso cuja estrada leva a paisagens com beleza cênica, entre rios, cachoeiras, serras e morros, valorizando as riquezas naturais e a cultura regional. Os atrativos englobam o Salto São Francisco, com 196 metros de altura e um paredão de rochas vulcânicas que forma um cânion. A iniciativa se estrutura a partir do desenvolvimento local e da inclusão social.
TURISMO DE BASE LOCAL - Organizado essencialmente pelos próprios moradores de uma região, esse tipo de turismo caracteriza-se pelo envolvimento de diversos segmentos, como o turismo étnico, indígena ou o ecoturismo, por serem favoráveis ao controle pela população. O Turismo de Base Local é uma alternativa ao modelo convencional que atende às necessidades de conservação dos modos de vida tradicionais e da biodiversidade de pequenos povos, além de estimular o desenvolvimento econômico.
Edição: André Martins