Em visita ao Jalapão, ministro defende trabalho para potencializar turismo na região
Na agenda, Marcelo Álvaro Antônio ouviu gestores e a comunidade que solicitaram melhorias para o destino turístico
Por William França, enviado especial
Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, com empresários locais. Crédito: Beto Barata/MTur
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, visitou nesta sexta-feira (16) o Parque Estadual do Jalapão, no Tocantins, e conheceu de perto alguns de seus principais atrativos, como as dunas de areias douradas e os rios de águas cristalinas, com cachoeiras, praias de areia límpida e poços de banho com flutuação, chamadas na região como “fervedouros”. As belezas naturais da região atraem cerca de 30 mil turistas por ano – uma grande parte formada por estrangeiros.
“Temos tudo para fazer do Jalapão um dos principais pontos de atração para turistas no Brasil, mas também para os povos de longa distância, como australianos, japoneses e chineses, que gostam muito dessa vertente de ecoturismo e turismo de aventura”, disse o ministro, após uma visita de quase oito horas pela região. Ele é o primeiro titular da Pasta do Turismo a visitar o destino.
Para que a região possa receber mais turistas e ampliar a frequência de turistas, a reivindicação mais ouvida pelo ministro foi a de pavimentação das rodovias que ligam a capital do Estado, Palmas, à região. São cerca de 180 quilômetros percorridos em estradas de terra – algumas com problemas como irregularidades no nivelamento, desvios, alagamentos e buracos – que transformam a viagem numa aventura à parte, que pode levar a quase um dia de deslocamento.
“Estou recebendo com muita responsabilidade esses pedidos. Não vou fazer promessas, mas sim trabalhar para trazer infraestrutura para a região, num conjunto de esforços do Governo Federal junto com o Governo do Estado e com as prefeituras da região”, disse Marcelo. A visita foi organizada e acompanhada pelo governador do Tocantins, Mauro Carlesse (DEM).
O Jalapão ocupa uma área de 34 mil km². Os municípios de Mateiros, Novo Acordo, Ponte Alta do Tocantins e São Félix do Tocantins compõem a região, que é uma unidade de conservação ambiental do Tocantins.
Crédito: Beto Barata/MTur
BELEZAS VISITADAS
O primeiro ponto de visita no Jalapão foi a Cachoeira da Velha, no rio Novo, um local apropriado para a prática do rafting (canoas adaptadas para descer corredeiras). A sequência de quedas em formato de ferradura e o volume das águas fazem o local um atrativo para os apaixonados por aventuras. A área também tem praias de areia muito brancas. O ministro do Turismo encontrou no local um grupo de turistas italianos e outro de paulistas, com quem conversou e deles obteve a mesma observação: o local merece melhor acesso.
Logo depois, a visita foi à cachoeira do Formiga, que leva o nome do rio que a abastece. Embora seja uma queda d’água pequena, impressiona o tom esverdeado de esmeralda das águas transparentes, que têm uma temperatura morna. O local é dentro de uma vereda, bastante fechada, que destoa da paisagem de cerrado aberto que ocupa o parque.
Considerado o maior atrativo turístico do Jalapão, as dunas de areias com tons que variam entre o vermelho e o dourado foram a terceira parada da comitiva. O ministro subiu numa delas com cerca de 30 metros de altitude, de onde pode ser contemplado a Serra do Espírito Santo. Nessa serra, cuja altitude pode alcançar 400 metros, turistas acordam de madrugada para contemplar o nascer do sol ou sobem seus paredões íngremes para acompanhar o pôr-do-sol, no lado oposto. “Estou maravilhado com tantas belezas naturais”, afirmou o ministro. Para ele, esse ativo natural precisa ser explorado pelo setor de turismo, mas dentro de regras que preservem o meio ambiente. “Não se discute a hipótese de degradação deste local”, disse Marcelo.
ARTESANATO
A visita contou ainda com uma parada na comunidade quilombola Mumbuca, que na verdade é uma espécie de grande família, cuja matriarca desenvolveu a arte de tecer o capim dourado, que é endêmico na região e só é colhido uma vez por ano. Embora o artesanato de capim dourado já tenha atravessado fronteiras e seja uma das marcas registradas do Jalapão, ele vem sofrendo ação predatória. Invasores colhem o material antes de ele estar maduro.
Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e governador, Mauro Calesse, com crianças da Comunidade Quilombola Mumbuca. Crédito: Beto Barata/MTur
Os quilombolas apresentaram ao ministro e ao governador uma lista de reivindicações, que vai de posto de saúde a melhoria nas estradas de acesso, passando por regularização fundiária de terrenos do local. Para o ministro, a ideia de se pavimentar a estrada que liga a capital Palmas a esses municípios da região vai trazer benefícios diretos aos artesãos.
“Uma das preocupações do governo Bolsonaro é justamente buscar melhorias que façam a diferença para a população mais humilde, as mais carentes. Se temos condições de promover mudanças que favorecem a esse importante grupo de artesãos, iremos fazê-las”, afirmou. Marcelo ganhou de presente um jarro feito com o capim dourado, ornado de gramíneas naturais.
Edição: Cecília Melo