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AGENDA INTERNACIONAL

MTur defende candidaturas brasileiras junto à Unesco

Em Paris, ministro Marcelo Álvaro Antônio reuniu-se com os comitês que avaliam os pedidos de concessão de título de Patrimônio Mundial

  • Publicado: Quarta, 19 de Junho de 2019, 18h30
  • Última atualização em Quarta, 10 de Julho de 2019, 17h29

Por William França, enviado especial

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Ministro Marcelo Álvaro Antônio com a diretora do Centro do Patrimônio Mundial da Unesco, Mechtild Rossler. Crédito: Rodolfo Vilela/MTur

O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, participou de três reuniões nesta quarta-feira (19.06) na sede da Unesco, em Paris. Lá, tratou do apoio institucional do Governo Federal às candidaturas de Paraty (RJ) e do Bumba meu boi (MA), além de cidades brasileiras que disputam duas vagas na Rede de Cidades Criativas.

Cada uma das candidaturas disputa títulos distintos. A de Paraty é para se tornar Patrimônio Mundial misto de Cultura e Biodiversidade, e será analisada no próximo mês de julho em Baku, no Azerbaijão, quando se reúne o Comitê do Patrimônio Mundial.

O comitê é formado por 21 membros e tem na sua vice-presidência a embaixadora do Brasil junto à Unesco, Maria Edileuza Fontenele Reis. “A candidatura de Paraty dispõe de todos os sinais positivos”, afirmou a embaixadora, que acompanhou a visita do ministro do Turismo à entidade.

Já a diretora do Centro do Patrimônio Mundial da Unesco, a alemã Mechtild Rossler, disse ao ministro que a candidatura de Paraty foi muito bem construída e que acredita que será referendada em Baku. “Essa expectativa nos traz muita esperança de que o Brasil, neste novo momento, certamente potencialize – e muito – nossa cultura, a valorização das nossas tradições e também trazendo um novo momento para o turismo brasileiro”, destacou Marcelo Álvaro Antônio.

Com o título, Paraty poderá ser a primeira região brasileira reconhecida por dois fatores (cultural e natural). Atualmente, o Brasil dispõe de 14 sítios na lista do patrimônio cultural mundial e outros sete na lista de patrimônio natural mundial.

Segundo o ministro, o turismo de Paraty – e da região, que abrange ainda Angra dos Reis (RJ) e Ubatuba (SP) – tem muito a ganhar com o reconhecimento da Unesco. “Demonstramos aqui que podemos ter o engajamento do setor turístico num monumento natural e cultural sem que haja degradação da natureza. Queremos um turismo responsável, sustentável e que valorize a chamada economia criativa. Paraty é uma síntese de tudo isso”, elogiou.

O ministro apresentou dados sobre o panorama do turismo no Brasil e lembrou que o país é o número um em riquezas naturais e o 8º em bens culturais, dentre todas as nações do mundo.

A diretora da Unesco sugeriu que Paraty faça um plano de manejo e de sustentabilidade que considere o impacto que o aumento turístico pode ter na região com o iminente título de patrimônio. Tudo para evitar problemas futuros, como o aumento exponencial no número de visitantes.

Atualmente, Paraty sedia a Flip (Feira Literária de Paraty), um dos maiores e mais dinâmicos festivais de literatura do mundo. A cidade também já tem o título de Cidade Criativa, concedido pela Unesco, por sua gastronomia.

“A cada dólar investido, temos retorno de 20 vezes para a economia local”, destacou o ministro Marcelo Álvaro Antônio, reforçando a importância da atividade turística como mola propulsora da retomada da economia proposta pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

BUMBA MEU BOI

A candidatura do Complexo Cultural do Bumba meu Boi do Maranhão como Patrimônio Cultural Imaterial será analisada pela Unesco em dezembro, em reunião em Bogotá, na Colômbia. A defesa da candidatura foi feita pelo ministro do Turismo junto ao secretário Tim Curtis, que responde pelo setor na entidade.

Após apresentar um vídeo com uma síntese da riqueza e da sonoridade do boi ao secretário, o ministro enfatizou que a diversidade cultural do Brasil é um ativo turístico importante e que seu potencial pode e deve ser explorado pelo setor de forma ainda mais ampla.

A festa do Bumba meu Boi ocorre em junho, no Maranhão, no período das festas juninas. Ela reúne milhares de turistas e, com a possibilidade de ser reconhecido como bem cultural imaterial pela Unesco, passará a ter sua visibilidade mundial acentuada.

O secretário Tim Curtis disse que o Brasil tem grande experiência no preparo de dossiês de patrimônios imateriais e que a defesa do Bumba meu Boi contempla e atende todos os requisitos necessários. Por isso, ele vê como grande a possibilidade de o Maranhão obter o título no fim do ano.

Atualmente são sete os elementos brasileiros na lista de Patrimônio Cultural Imaterial: Roda de capoeira, Círio de Nazaré (PA), frevo do carnaval de Recife (PE), samba de roda do Recôncavo Baiano (BA), expressões orais e gráficas dos povos Wajãpi, Yaõka, ritual do povo Wnawane Nawe para manutenção da ordem cósmica e o museu vivo do fandango.

A embaixadora do Brasil junto à Unesco, Maria Edileuza Fontelene Reis, defende que as próximas candidaturas sejam a da Bossa Nova e a do Choro, ritmos brasileiros reconhecidos internacionalmente. O ministro Marcelo Álvaro Antônio apoiou as futuras candidaturas e ainda lembrou do presidente Juscelino Kubitschek, conhecido como o “presidente da bossa nova”, ressaltando que as inscrições podem trazer reflexos positivos para a promoção turística do Brasil.

CIDADES CRIATIVAS

A terceira reunião do ministro Marcelo Álvaro Antônio na Unesco foi com o diretor-adjunto de Cultura da entidade, o chileno Ernesto Ottone. Com ele, foram tratados principalmente os temas ligados à Rede de Cidades Criativas da entidade.

Em breve, o governo brasileiro vai indicar quatro cidades, entre 16 inscritas, que irão ser submetidas a um comitê técnico da Unesco, formado por representantes das áreas de cultura e de economia criativa. Apenas duas cidades brasileiras poderão ser aprovadas para integrar a rede. “Estar neste seleto grupo é um estímulo ao desenvolvimento do potencial turístico de cada cidade”, enfatizou o ministro.

Estão inscritas as cidades de Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Campinas (SP), Cataguases (MG), Diamantina (MG), Duque de Caxias (RJ), Fortaleza (CE), Imbituba (SC), Itaboraí (RJ), Niterói (RJ), Novo Hamburgo (RS), Pelotas (RS), Rio das Ostras (RJ), Santana de Parnaíba (SP), São Paulo (SP) e Taubaté (RJ).

Para Ottone, a América Latina – especialmente o Brasil – tem um histórico muito forte de atividades da chamada economia criativa ligada às suas bases sociais. “Esse é um aspecto muito valorizado pelo comitê de avaliação”, afirmou.

O Brasil tem hoje oito cidades inscritas na Rede de Cidades Criativas da Unesco: Belém, Florianópolis e Paraty no quesito gastronomia; Brasília e Curitiba no quesito design; João Pessoa como artesanato e artes populares; Salvador como música; e Santos com cinema.

“Cidades criativas são um celeiro de oportunidades, um local onde se geram empregos de qualidade”, afirmou o diretor cultural da Unesco. “São excelentes locais para oferecer experiências únicas para os turistas”, acrescentou.

Para o ministro Marcelo Álvaro Antônio, desenvolver o turismo de forma sustentável é uma das preocupações do MTur. Para ele, o turismo tem como pontos fortes o giro da economia interna, a consolidação da imagem do país perante as outras nações e também serve como fonte do ingresso de divisas, quando atrai turistas estrangeiros.

No ano que vem, Santos (SP) sediará a Conferência Anual da Rede das Cidades Criativas – a primeira edição na América Latina. O último encontro ocorreu no início deste mês, em Fabriano (Itália). Também em 2020, a cidade do Rio de Janeiro receberá as celebrações do título de primeira Capital Mundial da Arquitetura da Unesco, reforçando o potencial turístico local.

AGENDA SEGUE EM PARIS

Nesta quinta-feira (20.06) o ministro se reúne com o diretor adjunto do Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Joaquim Oliveira, para firmar a intenção de o país se tornar membro da OCDE.

Edição: Vagner Vargas

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