Três iniciativas que estão mudando o jeito de viajar e de fazer turismo no Brasil
Projetos foram premiados pelo MTur na 1ª edição do Prêmio Nacional do Turismo
Por Geraldo Gurgel
Vencedores da categoria são condecorados no 1º Prêmio Nacional do Turismo. Foto: Roberto Castro/MTur
A forma como a operadora Vivejar atua no mercado de viagens e turismo, com atividades de turismo responsável e comunitário, foi reconhecida como a melhor prática de Turismo de Base Comunitária e Produção Associada ao Turismo do Brasil, de acordo com o júri do 1º Prêmio Nacional do Turismo. O vencedor foi escolhido entre 141 projetos inovadores que contribuíram para o desenvolvimento do turismo brasileiro nos últimos dois anos – entre eles, 46 iniciativas que estão mudando a experiência dos turistas e a vida das comunidades que recebem os visitantes com práticas que associam a produção local às atividades turísticas.
A operadora Vivejar é especializada em viagens que promovem experiências em parceria com comunidades tradicionais brasileiras. O foco da iniciativa é também o empoderamento feminino por meio do turismo, com o objetivo de oferecer, tanto aos viajantes quanto às comunidades e destinos que recebem os turistas, experiências transformadoras de impacto positivo. As expedições são realizadas em morros do Rio de Janeiro, na periferia de São Paulo, em áreas de produção de cerâmica do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, e em comunidades ribeirinhas do Amazonas e do Pará.
Entre os principais impactos que a Vivejar destaca através do turismo, além da parceria com os moradores para hospedagem e alimentação, está a capacitação e treinamento das pessoas da comunidade para atuar no turismo. O ciclo de geração de renda se inicia a partir de uma alternativa viável de atividade econômica, com o aumento da autoestima feminina e do papel das mulheres no sustento financeiro da família. “Nesses primeiros anos de operação, a Vivejar conseguiu gerar renda através do turismo em várias comunidades brasileiras. A intenção é que esses impactos positivos se multipliquem também entre os turistas”, disse a diretora Marianne de Oliveira Costa.
A Rota do Queijo Terroir Vertentes levou o segundo lugar da categoria. O projeto visa promover o desenvolvimento econômico e da gastronomia mineira dos 23 municípios que integram o Circuito Turístico Trilha dos Inconfidentes e Terroir Vertentes, gerando mais trabalho e renda para a região. O trabalho incentiva a criação de roteiros gastronômicos envolvendo pequenos produtores de queijo minas artesanal, queijos finos e queijo do reino, além de fomentar e valorizar a produção queijeira nos municípios do circuito turístico.
A rota propõe a integração das empresas de receptivo e produtores rurais através da criação de um sistema de gestão e comercialização, fortalecendo toda cadeia produtiva do turismo, em especial a da produção associada ao turismo. O queijo minas artesanal é patrimônio imaterial de Minas Gerais e atrai turistas de diversas partes do país para as fazendas do interior do estado. No roteiro, o turista embarca em uma deliciosa descoberta dos sabores locais, conhecendo as raízes da famosa gastronomia mineira. “Os principais resultados alcançados foram a valorização do produtor rural, aumento da renda familiar e geração de novos negócios e parcerias, além de o queijo passar a ser o principal produto turístico do destino”, destaca o gestor do roteiro, Marcus Januário.
A iniciativa classificada em 3º lugar foi a Rota Encantos Rurais de Quilombo (SC). O objetivo do produto é consolidar o Turismo Rural do município como um destino turístico de referência em Santa Catarina, por meio de um projeto sustentável nos aspectos social, ambiental e cultural. A rota aposta nos potenciais locais como águas termais, espaços de lazer, pequenas agroindústrias e belas paisagens. Todas as propriedades envolvidas no roteiro receberam orientações técnicas sobre os produtos, melhoria nos espaços, cursos de atendimento ao turista, segurança alimentar, manipulação de alimentos, organização da propriedade e embalagens.
“A rota proporcionou a formalização de pequenos negócios, como vinícolas e cachaçarias, e ainda motivou o retorno de jovens da cidade para o campo para ajudar os pais no projeto de turismo”, comemora a consultora do projeto, Sílvia Balduino. Outro aspecto positivo foi a geração de recursos para o destino. Em apenas um ano, cerca de 1.500 visitantes passaram pelas oito propriedades que fazem parte do roteiro turístico, entre grupos de estudantes, universitários, idosos, famílias, além de visitantes de outros estados e países.
BOAS PRÁTICAS - O Ministério do Turismo criou um Banco de Boas Práticas para divulgar as dez iniciativas com melhor classificação, por categoria, no 1º Prêmio Nacional do Turismo. O objetivo é dar visibilidade e multiplicar os casos de sucesso do setor, disponibilizando contatos, vídeos e materiais informativos apresentados pelos proponentes inscritos no certame. Das 241 propostas apresentadas, 70 podem ser consultadas NESTE LINK.
Edição: Vanessa Sampaio