Ministro diz que paradoxo do Brasil é "querer empregos, mas ser contra as empresas"
Em palestra, Lummertz afirmou que alta carga burocrática joga contra o desenvolvimento do País
Vinicius Lummertz durante palestra de encerramento do calendário 2018 do Grupo LIDE Santa Catarina. Foto: Roberto Castro/MTur
Em palestra ao Grupo de Líderes Empresariais de Santa Catarina (LIDE) nesta terça-feira (23) em Florianópolis, o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz, fez duras críticas à "burocratização, à judicialização e ao custo Brasil", o que ele classificou como "pensamento contrário ao empreendedorismo". Segundo ele, esses entraves jogam contra o desenvolvimento nacional e “fazem deste um país travado, fechado ao mundo”, sem o amadurecimento do ambiente de negócios que pode atrair investimentos de alto quilate.
O ministro afirmou que apesar do ambiente de negócios desfavorável, o turismo brasileiro vem crescendo mais rápido que a própria economia do país. Segundo o Estudo de Competitividade do Fórum Econômico Mundial, enquanto a economia brasileira ocupa a 72ª posição no ranking geral de Competitividade do Fórum Econômico Mundial, somos o 27º do mundo no Ranking de Viagens e Turismo da entidade. "Ou seja, o turismo é três vezes mais competitivo do que a economia global do Brasil. E esse dado é histórico: não é de hoje que o PIB do turismo cresce mais que a própria economia”, comparou.
Lummertz também falou do movimento "Turismo, nosso trabalho gera empregos" ao destacar que o setor é o que tem mais condições de criar postos de trabalho nos próximos quatro anos no Brasil. “Enquanto na indústria a automação aumenta a produtividade mas diminui o número de empregos, no turismo a tecnologia e a inovação geram cada vez mais empregos, porque na medida que você facilita as condições para que o turista viaje, mais gente é contratada para atender essa demanda”, explicou.
O ministro ainda prestou contas dos avanços obtidos pelo turismo brasileiro este ano. Citou a implantação dos vistos eletrônicos, que ampliou em 40% o movimento de visitantes dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália; a desregulamentação dos voos charter; o aumento de 90 para 180 dias nos vistos de trabalho das tripulações de navios de cruzeiro; e as medidas que estão em pauta na Câmara dos Deputados, como a transformação da Embratur em agência e a abertura do capital das companhias aéreas.
Edição: Vanessa Sampaio