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ECOTURISMO

Brasil ganha sistema de trilhas de longo curso

Quatro grandes corredores vão conectar paisagens naturais no país. Meta é chegar a 18 mil km e movimentar 2 milhões de pessoas por ano

  • Publicado: Sexta, 19 de Outubro de 2018, 14h00
  • Última atualização em Segunda, 22 de Outubro de 2018, 12h58

Por Vanessa Sampaio,
com informações do Ministério do Meio Ambiente

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Alto Paraíso (GO), portão de entrada do parque. Foto: Augusto Miranda/ Banco de Imagens do MTur

Os ministros do Turismo, Vinicius Lummertz, e do Meio Ambiente, Edson Duarte, juntamente com o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), Paulo Henrique Carneiro, assinaram nesta sexta-feira (19) em São Paulo a portaria que institui a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade. O ato marcou a abertura da 19ª Adventure Sports Fair, considerado o principal evento latino-americano dedicado ao mercado de turismo de aventura e esportes do ar livre.

A “RedeTrilhas” será composta por trilhas que ligam diferentes biomas de Norte a Sul do País, conectando paisagens e ecossistemas brasileiros para promover a organização, estruturação e ampla visibilidade à oferta turística de natureza no Brasil.

Elas serão identificadas com um símbolo de uma “pegada” amarela no chão e poderão ser percorridas a pé, de bicicleta ou utilizando outros modos de viagem não motorizados. Pelo menos 1,9 mil quilômetros já estão prontos. A meta é estruturar 18 mil quilômetros em 20 anos, com estimativa de movimentar 2 milhões de pessoas por ano.

A medida tem o objetivo de reconhecer e proteger rotas pedestres de interesse natural, histórico e cultural, além de sensibilizar a sociedade para a importância do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc).

“O ecoturismo representa uma das maiores oportunidades que temos de nos posicionar no cenário internacional para atrair turistas e divisas para o Brasil. Diversos países, como os Estados Unidos, servem de exemplo sobre como usar de forma sustentável os atrativos naturais para movimentar a economia”, comentou o ministro do Turismo, Vinicius Lummertz. De acordo com o estudo de competitividade do Turismo do Fórum Econômico Mundial, o Brasil é a nação número um do mundo em atrativos naturais.

Durante o evento, o ministro defendeu que os parques são pontes para o Brasil projetar mundialmente seu protagonismo em turismo. “Sol e mar são muito importantes, mas o nosso diferencial planetário está nos parques, na natureza. Movimentos como este que lançamos hoje nos estimulam a conservar mais, para que possamos evoluir como país”, pontuou. Ele também afirmou que a grandiosidade natural do Brasil “exige que pensemos alto, senão não conseguiremos entregar um projeto de país compatível com nosso potencial”, disse.

CIRCUITOS - Os circuitos são o Litorâneo, do Oiapoque (AP) ao Chuí (RS); o Caminhos Coloniais, do Rio de Janeiro até Goiás Velho (GO); o Caminhos dos Goyases, entre Goiás Velho e a Chapada dos Veadeiros (GO); e o Caminhos do Peabiru, ligando o Parque Nacional do Iguaçu (PR) ao litoral paranaense.

Entre as trilhas já sinalizadas, estão o Caminho da Serra do Mar (RJ), a Transcarioca (RJ), a Transespinhaço (MG), a Rota Darwin (RJ-PE) e o Caminho das Araucárias (RS/SC), que integram o corredor Litorâneo; o Caminho de Cora Coralina (GO) e o Caminho da Floresta Nacional de Brasília, que fazem parte do Caminhos dos Goyases; a Trilha Chico Mendes (AC); e a Transmantiqueira (RJ, MG e SP), que estão sendo percorridas pelos primeiros grupos de aventureiros e exploradores.

EXPERIÊNCIA - O sistema brasileiro de trilhas de longo curso foi inspirado nas experiências internacionais, em especial no sistema europeu. É formado por grandes trilhas nacionais compostas por trilhas regionais menores, uma acabando onde começa a outra. Assim, cada uma pode ser percorrida em espaços de tempo variados, encaixando-se em diferentes períodos de férias – uma semana, duas semanas ou até um mês. “Isso permite ao ecoturista voltar para casa com a sensação de ter atingido o objetivo de completar a totalidade de uma trilha”, ressalta Menezes.

O coordenador cita, como exemplos, a Trilha Transmantiqueira (MG, RJ e SP) e o Caminho das Araucárias, entre Canela (RS) e o Parque Nacional de São Joaquim (SC), que podem ser feitas em três semanas. Outros exemplos são a Trilha Transcarioca, no Rio de Janeiro, que leva 10 dias de caminhada, e trechos menores, como Caminhos da Serra do Mar ou as voltas da Juatinga e da Ilha Grande, todas no Rio de Janeiro, que levam sete dias de caminhada.

A Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso integra o Programa Nacional de Conectividade de Paisagens, do Ministério do Meio Ambiente (MMA). O programa reúne um conjunto de ações que buscam promover a interligação de ecossistemas e a gestão das paisagens no território brasileiro, estimulando a conservação da natureza e o desenvolvimento social, econômica e cultural do país.

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Presidente Figueiredo (AM). Crédito: Mario Oliveira/banco de imagens MTur Destinos 

ECOTURISMO - Para mais de 622 mil estrangeiros que visitaram o Brasil no ano passado, o turismo de natureza, ecoturismo ou aventura foi o principal motivo de viagem. Além disso, em três dos quatro países para os quais já foi adotado o visto eletrônico, o segmento foi o principal motivo da viagem para destinos brasileiros no ano passado: Japão (72,8%), Austrália (60,6%) e Canadá (42,8%).

A performance do país nesse mercado é incompatível com a diversidade e qualidade da oferta, segundo Lummertz. “Enquanto os EUA recebem 307 milhões de visitantes e faturam US$ 17 bilhões com os parques ao ano, o Brasil recebe pouco mais de 10 milhões de visitantes e fatura R$ 2 bilhões sendo o número um do mundo. Esses dados não fazem sentido, precisamos agir e virar essa página”, disse o ministro do Turismo.

Juntos, os setores de hospedagem e alimentação representam mais de 50% dos R$ 2 bilhões de faturamento anual gerado para os municípios de acesso aos parques no Brasil. O dado revela a importância econômica do turismo para destinos que são portões de entrada dessas áreas protegidas.

ADVENTURE SPORTS FAIR - O estande do MTur na feira, com cerca de 180 m2, contará com exposição de experiências e atividades em cenários naturais de 13 parques nacionais brasileiros. Também haverá atendimento ao público do evento, que é voltado especialmente ao consumidor final.

Serão três dias de programação no centro de convenções São Paulo Expo, que deve receber cerca de 30 mil visitantes até domingo (21). O espaço vai reunir destinos, marcas, produtos e serviços do segmento, setor público, profissionais, academia, entidades ambientais, trade turístico e público final interessados em atividades como o 14º Fórum Interamericano de Turismo Sustentável (FITS) e a compra de produtos e serviços de ecoturismo e aventura em parques nacionais. No ano passado, 26,7 mil visitantes geraram R$ 15 milhões em negócios durante a 18ª edição.

De acordo com a organização do evento, em 2017 cerca de 47% dos frequentadores da feira declararam-se praticantes regulares do turismo de aventura e 80% afirmaram que viajam pelo menos duas vezes ao ano com esse propósito.

No evento, turistas e demais interessados em atividades do segmento poderão conhecer roteiros de viagem nacionais e internacionais de ecoturismo; testar lançamentos de equipamentos, vestuário, calçados e acessórios para os esportes de aventura, além de vivenciar modalidades como o snowboard, esqui, mergulho, arvorismo, escalada, caiaque, stand-up paddle e fazer test drives com veículos off road. A Adventure Sports Fair funciona das 12h às 20h nesta sexta e das 10h às 20h no sábado e domingo.

 

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