Campo Grande completa 119 anos
Fundada em 26 de agosto de 1899 por colonos mineiros, a capital do Mato Grosso do Sul foi planejada em uma vasta área de terra roxa, e apelidada de “Cidade Morena”
Por Geraldo Gurgel
Parque das Nações Indígenas. Foto: Flávio André/Banco de Imagens MTur
Conhecida pelas avenidas largas, praças arborizadas e pela imensidão dos parques urbanos, Campo Grande se volta para o futuro sem esquecer o passado com raízes históricas na cultura indígena. A influência indígena, pantaneira, paraguaia e mais recentemente de orientais, faz da capital sul-matogrossense um destino multicultural rico em atrativos históricos e naturais, além do artesanato e da gastronomia típica. A cultura pantaneira e indígena pode ser apreciada nos monumentos, memoriais, museus e casas de cultura espalhados pela cidade, além do artesanato diversificado.
Entre as áreas verdes de Campo Grande, o Parque das Nações Indígenas, um dos maiores do Brasil, destaca-se pelos 120 hectares com bosques e espaços de lazer. A infraestrutura inclui trilhas exuberantes, pistas de corrida, ciclovias e rampas de skate. No local, o turista poderá acompanhar eventos musicais, apresentações culturais e degustar pratos da culinária indígena. O parque abriga o Museu de Arte Contemporânea e o Museu Dom Bosco, também conhecido como “Museu do Índio”, com rico acervo de arqueologia, etnologia e paleontologia. O turista também poderá visitar o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres e conhecer a fauna da região.
Além do Parque das Nações Indígenas, o turista poderá conhecer o Parque Belmar Fidalgo, o Parque dos Poderes, a Praça das Araras e a Praça Pantaneira, com esculturas de aves típicas do Pantanal, como as araras e os tuiuiús. Uma antiga propriedade do fundador do município, o Horto Florestal, no encontro dos rios Prosa e Segredo, preserva a vegetação típica do cerrado na área urbana, além de orquidário, um teatro de arena e vários espaços para atividades esportivas e culturais.
Campo Grande também é conhecida pela única aldeia Indígena urbana na comunidade Marçal de Souza. No local o visitante poderá conhecer o memorial dedicado ao povo Terena, em formato de oca. Já a história da cidade é contada no Museu José Antônio Pereira, em homenagem ao fundador da capital sul-matogrossense. O centro cultural Morada do Baís também impressiona por sua arquitetura do início do século passado. É um dos prédios históricos mais significativos da cidade, assim como a Casa da Ferrovia e a Estação Ferroviária. Tem a Orla Morena, um parque linear que acompanha os trilhos.
GASTRONOMIA - A união de povos indígenas, pantaneiros, imigrantes japoneses e paraguaios se reflete nos costumes, na música, arquitetura e, principalmente, na culinária. A gastronomia campo-grandense prende o turista pelo paladar. Nas feiras, mercados e restaurantes o visitante poderá degustar do feijão tropeiro ao sobá. O prato típico de Campo Grande é uma adaptação do macarrão oriental com ingredientes locais. Tem a chipa paraguaia, que lembra um pão de queijo e a “sopa” paraguaia, uma torta salgada de milho. Da cozinha pantaneira vêm outros pratos singulares, como o caldo de piranha e a moqueca de jacaré, além do filé de pintado com urucum, costela de dourado, pacu e tambaqui. E para beber tem o tereré, versão gelada do chimarrão gaúcho, que é de origem guarani.
Erva-mate de tererê, versão gelada do chimarrão gaúcho, típico do MS. Foto: Flávio André/Banco de Imagens do MTur
Edição: Vanessa Sampaio