Nova classificação hoteleira em debate
Durante toda a tarde, os participantes da oficina de construção da nova matriz de classificação de resorts no Brasil discutiram os requisitos relacionados à infraestrutura. Pela manhã, as discussões trataram dos requisitos para sustentabilidade. Cinco grupos multidisciplinares foram formados para favorecer o debate e a ampliação das ideias.
Estiveram presentes representantes da Secretaria de Turismo da Bahia, do Fórum dos Operadores de Hotelaria no Brasil (FOHB), do conselho superior da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), do Serviço Social do Comércio (Sesc/Salvador), de faculdades de turismo, da Associação Brasileira de Resorts, donos e gerentes de resorts, do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Sociedade Brasileira de Metrologia (SBM), além do Ministério do Turismo.
“A metodologia que estamos usando favorece o enriquecimento dos debates e a agregação de novos elementos. Tudo isso seria impossível se o ministério impusesse as novas regras sem qualquer consulta”, declara Ricardo Moesch, diretor de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico.
“Antes de qualquer coisa, temos que admitir que a nova classificação hoteleira é importante. Precisamos partir da premissa que é válida e que tem de ser respeitada. Hoje, todos os segmentos classificam seus produtos: o café, os vinhos, os carros, os restaurantes...”, declarou Luiz Blanc, da Associação Brasileira de Hotéis. “Temos que ter uma clareza maior. Definir cada meio de hospedagem dentro das suas características. O mundo faz isso. O Brasil não pode ficar de fora”, acrescentou Carmélia Amaral, professora da Faculdade de Turismo da Bahia.
Wagner Fernandes, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), disse que o processo de discussão do novo sistema de classificação hoteleira foi positivo. Para ele, o mais difícil é a utilização de frases que não sejam dúbias e venham, futuramente, atrapalhar o trabalho dos auditores que visitarão os hotéis. “É muito interessante poder opinar em processo que depois será oficial, regulamentado pelo Ministério do Turismo”, disse Antonio Augusto Morini, da Resorts Brasil.
Marcelo Picka, do Senac e Resorts Brasil, disse que sentiu falta de discutir melhor a segmentação dos hotéis em hotel urbano, de fazenda, de floresta, pousada, resort e flat. “Queremos entender porque foram essas as categorias estabelecidas e não outras.” Ricardo Moesch explica que a segmentação obedece critérios utilizados em outros países e reflete os meios de hospedagens existentes no país. “Ressalto que o modelo está em construção e eventuais alterações serão consideradas, pois o debate propicia a troca de informações bem como otimiza o processo”.
Para Carlos Bollentini, do mesmo grupo, depois de superada as dificuldades, a maior polêmica, na discussão da matriz para os resorts, foi sobre itens relacionados com maior necessidade de investimentos. “Número de restaurantes, exigência de mobiliário”, exemplificou.
O presidente da Associação Brasileira de Resorts, Rubens Regis, que esteve presente durante todo o evento, lembrou que a classificação acontece em momento de otimismo para o turismo nacional. Para ele, a chegada da classe C, que, quando há promoções, também se hospeda em resorts, traz novas possibilidades.
Amanhã, o tema em pauta serão os serviços que devem ser oferecidos pelos resorts. Em seguida, o trabalho será consolidado e, na próxima semana, estará no site do Ministério do Turismo (MTur) para consulta pública. A matriz elaborada para os hotéis urbanos, e discutida em Porto Alegre, já está lá (CLIQUE AQUI). Desde sexta-feira, 337 pessoas já haviam acessado a página para conhecê-la e opinar. A Coordenação-Geral de Serviços Turísticos aguarda ainda um grande número de contribuições, críticas e sugestões.