Observar para melhorar
Brotas (SP) foi pioneira em práticas como o rapel em cachoeiras. Socorro, também em São Paulo, é uma das primeiras cidades do Brasil a se adaptar quase integralmente à legislação que garante acessibilidade aos portadores de necessidades especiais ou mobilidade reduzida. Com muita criatividade e empreendedorismo, as cidades paulistas mudaram o perfil turístico e se destacam quando o assunto é sustentabilidade e aventura.
Para aprender com essas experiências, um grupo de empresários participou da terceira etapa do programa Benchmarking em Turismo 2010 – Vivências Brasil, do Ministério do Turismo (MTur), executado pela ABAV em parceria com o Sebrae e a EMBRATUR. O programa tem o objetivo de identificar práticas eficientes na operação turística em destinos referência, que possam servir de exemplo para empresas que atuam no segmento.
Nesta etapa do programa, realizada em Brotas e Socorro entre os dias 02 a 06 de agosto, o foco de observação foi o turismo de aventura. “O objetivo do programa é possibilitar que destinos turísticos brasileiros, com vocações semelhantes aos destinos visitados, tenham como referência as estratégias e os modelos observados. Isso possibilitará que eles sejam adaptados às peculiaridades de cada região”, disse a coordenadora de Serviços Turísticos do MTur, Rosiane Rockenbach.
De acordo com o coordenador técnico do projeto, Daniel Spinelli, foram identificadas boas práticas de promoção do destino que podem ser adotadas em outras localidades. “Brotas soube aproveitar o cantor sertanejo Daniel, que nasceu na cidade, para ajudar na promoção de suas atrações. Já a cidade de Socorro transformou um projeto piloto de acessibilidade aos deficientes em vitrine e referência”, disse o coordenador.
Para a representante do Sebrae Fabianni Melo, o turismo de aventura ganha um novo horizonte no Brasil a partir desta etapa do Benchmarking. “Com o trabalho de multiplicação do conhecimento que se inicia agora, os empresários poderão passar adiante os exemplos de Brotas e Socorro em questões como associativismo, acessibilidade e certificação das atividades de aventura”, disse ela. “Ficou evidenciado que o investimento em certificação e segurança das atividades de aventura e acessibilidade aos portadores de necessidades especiais contribui para o incremento da atividade turística”, complementou.
SOCORRO
Somados aos fatores naturais que atraem visitantes, boa parte do crescimento do turismo em Socorro se deu a partir da criação de um Conselho do Turismo (CONTUR) independente e representativo, que deu voz aos agentes e operadores, e conquistou a atenção do Poder Público. Um conjunto de leis e decretos municipais disciplina o setor protegendo os empresários locais e exigindo acessibilidade nos empreendimentos. “Nos últimos cinco anos, tivemos um crescimento de 16,1% no turismo, que atualmente emprega mais de mil pessoas diretamente”, disse o diretor do Departamento de Turismo da prefeitura de Socorro, Carlos Tavares.
BROTAS
Em 1991, Brotas possuia apenas uma atração no principal guia turístico do país. O despertar para as atividades de aventura alavancou rapidamente o número de visitantes e também os pontos de visitação. Propriedades particulares com rios, vales, cachoeiras e montanhas passaram a ser explorados comercialmente em parceria com operadores especializados em esportes de aventura. Brotas chegou a registrar congestionamento de botes em rios devido a quantidade elevada de operações de rafting comercializadas. O poder público investiu em ações de marketing mais abrangentes e Brotas passa hoje por um processo de reposicionamento destacando toda a beleza da região além do esporte de aventura.