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Turismo rural aproxima brasileiros e franceses

Agricultores familiares de Santa Catarina trocam experiências com palestrantes estrangeiros
  • Publicado: Sexta, 16 de Outubro de 2009, 13h11
  • Última atualização em Sexta, 16 de Outubro de 2009, 14h07
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Representantes da associação francesa Accueil Paysan participaram nesta sexta-feira (16), em Imbuia (SC), de uma série de debates com agricultores familiares sobre a utilização do turismo como uma forma de diversificar a atividade para geração de renda. O seminário “Agroturismo – ferramenta para o desenvolvimento de territórios rurais” reuniu mais de 200 agricultores da região. O evento é realizado pela associação catarinense Acolhida na Colônia e conta com o apoio do Ministério do Turismo (MTur).

A Acolhida na Colônia é composta por propriedades agrícolas de 30 municípios localizados nas encostas da Serra Geral. Com o apoio da associação, o turismo está sendo expandido de forma comunitária. De acordo com a coordenadora da associação, Thaise Guzzatti, os agricultores associados desenvolvem a atividade sem se deixarem de ser agricultores familiares.

Ela afirma que, periodicamente, são realizados encontros para que eles possam conversar sobre os avanços e desafios. O encontro de hoje é uma oportunidade para que eles possam trocar experiências e receber capacitação. “O seminário que está acontecendo é importante para que os agricultores sintam que estão no caminho certo”, destaca Guzzatti.

Durante a manhã, os participantes assistiram a uma apresentação da associação Accueil Paysan, criada em 1987 na França e que se tornou referência mundial em Turismo Rural. Atualmente, 24 países fazem parte da rede. Entre eles, Romênia, Polônia, Marrocos, Croácia e o Brasil, por meio da Acolhida na Colônia.

Na França, a Accueil Paysan tem mais de mil propriedades associadas. Só no ano passado, a rede gerou um milhão de pernoites.
 
Yasmine Bardin, técnica da federação nacional da Accueil Paysan foi uma das palestrantes e disse que a associação tem uma história muito forte com o Brasil. Ela esteve no Brasil pela primeira vez em 2003 e conta que viu no espaço rural de Santa Catarina um grande potencial. “Para nós é muito especial estar aqui; estamos muito contentes por compartilhar nossas experiências. Na minha opinião, o desenvolvimento desse segmento no Brasil está se igualando à França”. Yasmine também acrescenta que “a acolhida tem feito um grande trabalho junto às autoridades. O poder público está envolvido e isso é muito importante. Nesse sentido, o Brasil é um modelo”.

Edelberto Schaffer, agricultor, é um dos participantes do seminário. Ele mora com a esposa e dois filhos. Schaffer ainda não recebe turistas, mas disse que depois de conhecer a experiência francesa, pensará melhor no assunto. Para ele “está sendo muito proveitoso ouvir depoimentos de especialistas e de pessoas de outro país. Receber esses franceses foi excelente porque a gente aqui no interior não faz idéia de como o agroturismo acontece lá”.

A propriedade da família fica em Imbuia e tem 12 hectares. Lá, plantam feijão, milho, batata doce, entre outros, para o consumo da família. Tudo é orgânico, cultivado sem a utilização de agrotóxicos.

O agricultor, que já sofreu várias intoxicações na adolescência devido ao uso de insumos, ressalta que essa é uma característica de todas as propriedades que fazem parte da Acolhida na Colônia e acrescenta: “Penso nos meus filhos, porque eu já me intoxiquei várias vezes. E não quero isso para eles. O que eu quero é ensinar para eles que é possível viver de outro jeito, da maneira que meus pais e meus avós viviam, sem agrotóxicos”.

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