Turismo de Base Comunitária aproxima público das experiências desenvolvidas no Paraná, Rio de Janeiro e em Minas Gerais
Uma das mais importantes iniciativas do Ministério do Turismo (MTur) teve um estande próprio no 21º. Festival do Turismo de Gramado (RS). Diante de visitantes sensibilizados pelo ideal do projeto e confiantes em suas metas, o Turismo de Base Comunitária apresentou como a valorização da cultura local pode significar um novo tipo de turismo no país.
A exposição teve como objetivo o fortalecimento das experiências de Turismo de Base Comunitária – TBC apoiadas pelo MTur, por meio da divulgação das iniciativas e promoção para o incremento da comercialização do produtos e serviços turísticos ofertados por comunidades locais. Desta forma, por meio da apresentação dos produtos e serviços turísticos identificados como de base comunitária se promove a diversificação da oferta turística como um diferencial para o visitante e para a comunidade local.
Ao lado da equipe do MTur, três responsáveis por projetos no Paraná, Rio de Janeiro e em Minas Gerais receberam o público no estande. Dilcéia Novakowski, do Instituto Agroflorestal Bernardo Hakvoort (IAF), é uma das coordenadoras do Projeto Conservação da Floresta Araucária, em Turvo (PR). São 170 famílias em 22 comunidades, que trabalham o cultivo de plantas e ervas medicinais. O MTur tem apoiado a qualificação dos produtos e serviços de famílias que recebem os visitantes com hospedagem simples e alimentação para grupos. “Tem sido fundamental porque a produção teve um salto de qualidade. Com apoio e renda, as famílias não precisam sair de lá”, afirma Dilcéia.
Já Alcenira Ferreira Gomes coordena o núcleo Vila do João, no Complexo da Maré, que faz parte da Ação Comunitária do Brasil (RJ). O projeto conduz a qualificação profissional de 25 famílias na Favela da Maré (RJ). “Trabalhamos a questão étnica e de gênero nesse grupo de produção e o resultado tem sido extraordinário. São roupas e artesanato feitos com as mais diversas matérias-primas, como retalho, algodão e corantes naturais”, conta.
Em Brumadinho (MG), Marcela Giovanna é a diretora de Inclusão e Cidadania do Instituto Inhotim, que faz parte do Turismo de Base Comunitária ao liderar o fortalecimento de uma rede de produção formada por 44 artesãos. A diferença entre os produtos colocados à venda hoje e antes do início do projeto, segundo ela, é enorme.
Recentemente, os artesãos “descobriram” uma nova matéria-prima: o cobertor. Ele tem grande significado para a população local, porque representa abrigo e proteção durante os períodos de enchentes, algo constante no território.
“Foi interessantíssimo, porque temos peças de decoração que chamam a atenção e isto tem agradado ao público”, diz ela, mostrando almofadas e ornamentos. “O projeto trouxe um novo tipo de vida para este grupo. Eles se tornaram mais críticos sobre a própria produção, mais exigentes, e consequentemente mais exigentes também com a própria vida”, diz Marcela.