Pequenos turistas, exemplos para gente grande

Autor:Paulino Menezes
Os irmãos Ana Cláudia e João Pedro, de Niterói (RJ), circularam pela exposição trocando impressões sobre as salas interativas

Autor:Paulino Menezes
Sofia Andrade, 10 anos, mora na Argentina e está no Rio para rever a família
Rio de Janeiro (RJ) – “Se a gente não cuidar do mundo, o mundo não vai cuidar da gente”. A lição é da pequena Ana Cláudia Alencar, 12 anos, que chegou ao Rio de Janeiro na tarde de sexta-feira (22) e foi direto para a exposição Humanidade2012, evento paralelo a Rio+20. Os olhinhos brilhantes e curiosos do irmão, João Pedro, 10 anos, também faziam festa em uma das nove salas interativas montadas sobre a estrutura metálica de 7 mil metros quadrados armada no Forte de Copacabana, cartão-postal da capital carioca.
A exposição, encerrada ontem (22), recebeu cerca de 220 mil pessoas e distribuiu 5 mil mapas turísticos e 5 mil guias especiais para visitantes no Centro de Atendimento ao Turista montado no local.
Recém-chegados de Niterói, João e Ana passeavam juntos trocando impressões pelos corredores da exposição. “O dinheiro voando ensina as pessoas a não jogarem fora o que têm”, entendeu o menino. Enquanto isso, ela contava que os ensinamentos escolares sobre coleta seletiva do lixo e economia de água são colocados em prática diariamente: “não adianta nada a gente ler, saber o que tem que ser feito, e não fazer”, avaliou.
Depois da exposição, a dupla combinava o próximo compromisso da programação turística: ir ao museu. Mas, e a praia, crianças? “Eu prefiro museus porque eu chego lá, entendo e conheço muitas coisas que depois também posso pesquisar, aprender”, esclareceu Ana. João enfatizou: “praia é legal, mas museu é mais”. O estímulo vem da avó, a pedagoga Kinita Gold, que desde muito cedo procura mostrar aos netos a importância da reflexão por meio da arte e da cultura. “Eles já estão habituados a fazer esse tipo de leitura, acho que eles já têm um mix de vivências na arte e se sentem à vontade, confortáveis com essas experiências”, afirmou.
A filosofia da arte também tocou Sofia Andrade, 10 anos, brasileirinha que mora em Buenos Aires e está no Rio de Janeiro para uma temporada de duas semanas com a família. Ao sair da primeira sala da mostra, Sofia contava o que mais a havia impressionado: “essa parede cheia de desenhos, que para mim, é o mundo. O que a máquina apaga é o que o ser humano já destruiu”, concluiu.
A EXPOSIÇÃO
Humanidade2012 é um planeta de sensações. Recursos multimídia e efeitos audiovisuais, táteis e sonoros, além da mistura entre passado e futuro, homem e máquina, são combinados ininterruptamente para convidar o visitante à interação. As mensagens de respeito ao meio ambiente, bem como a reflexão acerca do impacto da ação humana sobre o planeta, estão presentes em todas as “provocações”. A curadoria é da diretora e cenógrafa Bia Lessa, com realização conjunta da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Fundação Roberto Marinho, Sesi-RJ, Senai-RJ, Senai-SP e Sesi-SP e patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, Sebrae e Caixa Econômica Federal.