MTur negocia parceria para infraestrutura turística com Banco do BRICS
Instituição, que apoia projetos nos países integrantes do grupo, terá Escritório Regional para as Américas em São Paulo a partir de maio
Por André Martins
O secretário nacional substituto de Estruturação do Turismo do MTur, Marcelo Moreira, recebeu Vladimir Kazbekov, vice-presidente do NDB - Banco Nacional de Desenvolvimento do BRICS (Grupo Brasil, Rússia, Índia e China), juntamente com as equipes técnicas do MTur e NDS. Foto: Roberto Castro/MTur
O apoio à expansão da infraestrutura turística no Brasil foi o assunto de reunião na noite desta segunda-feira (4), em Brasília, entre representantes do Ministério do Turismo e Vladimir Kazbekov, vice-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento do BRICS (New Development Bank, NDB, em inglês). A entidade, organismo multilateral constituído pelos integrantes do grupo – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – oferece assistência técnica e financia ações na área, além de promover a sustentabilidade ambiental e social.
No biênio 2016-2017, a instituição aprovou empréstimos de aproximadamente US$ 3,4 bilhões para ações em ramos como energia verde e saneamento. O secretário nacional substituto de Estruturação do Turismo do MTur, Marcelo Moreira, avaliou que a parceria confirma o esforço pelo desenvolvimento do setor. “O novo governo tem grandes ações para atrair investimentos externos, e a parceria do NDB é importante para ofertar mais crédito a empresas brasileiras do mercado de Viagens e Turismo”, apontou.
Kazbekov citou a atuação do NDB pelo fortalecimento de cidades históricas da Rússia e sugeriu a aplicação do modelo no Brasil. Ele observou que o trabalho promove avanços econômicos e sociais. “O objetivo é tornar as cidades mais atrativas para turistas. E com mais infraestrutura, você reforça a criação de empregos”, ressaltou. Ele confirmou para maio a abertura em São Paulo do Escritório Regional do NDB nas Américas, que também contará com uma representação na capital federal.
No encontro, técnicos do MTur relataram medidas no sentido de facilitar o acesso a crédito por gestores públicos e empresas do segmento. Eles apresentaram o Prodetur + Turismo, que avalia propostas de empréstimo, junto ao BNDES e ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), e o Fundo Geral de Turismo (Fungetur), que financia empreendimentos privados e, até o final deste ano, disponibilizará R$ 518 milhões a projetos turísticos.
A reunião em Brasília contou ainda com a participação de Beatriz Kobayashi, da Coordenação-Geral de Fomento ao Empreendedorismo, Atração de Investimento e Fungetur do MTur; Camila Tiussu, da Assessoria Especial de Relações Internacionais do MTur; Evgeny Kochkin, assessor do vice-presidente do NDB; e Felipe Mota, secretário-geral da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG).
SOBRE O NDB - Lançada há cinco anos como alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional, a instituição complementa esforços pelo crescimento de membros do BRICS, de economias emergentes e de países em desenvolvimento. As atividades do NDB, que possui sede em Xangai, na China, vão ao encontro de propósitos das Nações Unidas no campo socioeconômico. No ano passado, o New Development Bank recebeu o status de observador da Assembléia Geral da ONU.
PRIORIDADE - Em conjunto com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o MTur elabora a Política Nacional de Gestão Turística do Patrimônio Mundial, que inclui cidades históricas. Prioridade na área de turismo para os primeiros 100 dias do governo Jair Bolsonaro, o instrumento tem como principal objetivo buscar investimentos a partir de parcerias privadas. A meta é transformar recursos naturais e culturais em produtos turísticos, a fim de captar visitantes e favorecer a valorização desses locais.
Edição: Vanessa Sampaio