Ir direto para menu de acessibilidade.
Portal do Governo Brasileiro
Página inicial > 2020 > Últimas notícias > Viajando e aprendendo nas férias
Início do conteúdo da página
destinos

Viajando e aprendendo nas férias

O Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, oferece visitas noturnas e proporciona diversão e aprendizado durante as férias escolares

  • Publicado: Quinta, 21 de Dezembro de 2017, 09h55
  • Última atualização em Quinta, 21 de Dezembro de 2017, 10h05

Por Geraldo Gurgel

20 12 17 NE SerraCapivara0053
Crédito: Embratur

A Serra da Capivara é um parque arqueológico reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Mundial, tamanha é a sua importância para a cultura e a preservação do ambiente natural da caatinga. Chapadas e vales abrigam 1.354 sítios arqueológicos, sendo 183 abertos à visitação com pinturas e gravuras rupestres, além de outros vestígios do cotidiano do homem pré-histórico no semiárido nordestino. Cerca de 25 mil visitantes deslocam-se, anualmente, até São Raimundo Nonato, no sudeste do Piauí, para se encontrar com o passado preservado e conhecer as descobertas mais recentes expostas no Museu do Homem Americano.

O aprendizado começa pelo clima e a geografia do local. Quem visita o parque se depara com monumentos geológicos, cânions e paredões verticais de grande beleza cênica em uma região de clima seco alternado por períodos chuvosos de novembro a março. As chuvas provocam uma verdadeira metamorfose na paisagem. A vegetação fica exuberante e a vida renasce. Na seca, a caatinga (mato branco, na língua tupi) fica desnuda e as formações rochosas se destacam em meio a vegetação sem folhas.

20 12 NE SerraCapivara montagem
Créditos: Embratur

As trilhas levam os visitantes a locais como grotões e tocas onde encontram-se os registros rupestres, pintados ou gravados nas paredes. As formas gráficas de comunicação foram utilizadas pelo homem pré-histórico que habitou a região. Condutores habilitados, como o professor de geografia João Filho, levam os turistas até as representações gráficas que abordam uma grande variedade de formas, cores e temas. São pinturas de cenas de caça, sexo, guerra e diversos aspectos da vida cotidiana.

O estudo desses registros permite o reconhecimento de temas comuns em vários sítios e a identificação de diferentes maneiras de representá-los. Pode-se dizer ainda que, durante o passeio, o turista encontra pistas sobre a forma de vida dos nossos antepassados mais distantes como esses “povos das cavernas”. Alguns registros de fogueira e carvão são datados de 48 mil anos.

A diversidade de matérias-primas, associada ao clima úmido, teria sido o grande atrativo para a ocupação da região. As mudanças climáticas e o surgimento do clima seco e árido favoreceram a conservação dos sítios arqueológicos. Parte do material recolhido em pesquisas e escavações, inclusive esqueletos do homem pré-histórico, faz parte do acervo do Museu do Homem Americano na cidade de São Raimundo Nonato.

No centro de visitantes, na sede do parque ficam expostos restos de animais da megafauna como preguiça gigante, tigre-dentes-de-sabre, mastodonte, tatu gigante, lhamas e cavalos selvagens. Os animais desapareceram por falta de alimentos. O homem, no entanto, sobrevive até hoje no semiárido.

VISITA NOTURNA - O parque conta com trilhas, escadarias, rampas e passarelas que permitem o passeio com segurança, sendo 17 sítios acessíveis para os turistas com deficiência ou mobilidade reduzida. A visitação noturna é uma atração diferenciada disponível no sítio do Boqueirão da Pedra Furada com grande concentração de pinturas rupestre.

A Iluminação especial sobre os paredões permite uma visão privilegiada do patrimônio natural e cultural. A visita dura 40 minutos. Em seguida, as luzes são desligadas para não prejudicar o ambiente preservado e a vida silvestre. No anfiteatro da Pedra Furada, símbolo do parque, é realizado no mês de julho a Ópera Serra da Capivara. É a arte de volta às origens no “berço do homem americano”.

registrado em:
Fim do conteúdo da página