Parques Temáticos: Brasil apresenta vantagens para o investidor, afirma presidente de entidade mundial
Declaração foi feita em seminário sobre parques temáticos com as maiores lideranças do setor, mas alta carga tributária impede novos investimentos
Por Darse Júnior
Greg Hale durante seminário. Crédito: Darse Júnior
O presidente da Associação Mundial de Parques Turísticos (Iappa), entidade que representa os maiores parques temáticos do mundo e vice-presidente da Disney, Greg Hale, participou nesta terça-feira (15) de um debate sobre o crescimento do setor no mundo e os gargalos que dificultam a atração desse tipo de investimento para o país. Segundo ele, o país reúne excelentes condições para atrair investimentos bilionários se der continuidade a alguns ajustes no ambiente de negócios. O debate contou com a participação do ministro do Turismo, Marx Beltrão.
O potencial da atividade no país é considerado alto. Estudo elaborado pelo Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat), se o governo atender às demandas do setor, o segmento poderá investir R$ 1,9 bilhão e gerar de 56 mil empregos nos próximos cinco anos. Atualmente, os 18 estabelecimentos associados ao Sindepat geram 11 mil empregos diretos e movimentam cerca de R$1 bilhão na economia por ano.
Na pauta do seminário “A importância dos parques temáticos para o turismo” realizado no auditório da CNC, em Brasília, temas como a tributação na importação de equipamentos, a classificação das máquinas como bens de produto em vez de bens de capital e a expansão do setor nos últimos anos, principalmente na Ásia e Oriente Médio onde, somente nos últimos 15 anos, mais de 40 parques de grandes proporções foram abertos. “Só uma montanha-russa pode chegar a custar R$ 40 milhões. Temos de criar condições para este setor gerar ainda mais emprego e movimentar a economia do Brasil”, comentou o ministro do Turismo, Marx Beltrão.
Marx Beltrão ressaltou ainda a qualidade dos parques brasileiros. “Apesar de o Brasil ser referência internacional, com nove dos dez melhores parques temáticos da América do Sul, segundo o próprio viajante, ainda temos um potencial enorme de crescimento com foco em atrair as principais marcas do mundo para o nosso país”, afirmou. “Este é um setor que depende da renovação constante. O turista não volta se o parque não tiver nenhuma novidade. Por isso, esses ajustes são importantes, uma questão de sobrevivência”, concluiu.
CARGA TRIBUTÁRIA - A principal demanda dos parques temáticos no Brasil é pela redução de impostos. “Temos uma carga tributária que faz o equipamento chegar a custar mais que o dobro de outros mercados, o que impede os empresários de fazerem os investimentos que precisamos”, afirmou o presidente do Sindepat, Alain Baldacci. De acordo com ele, o Brasil não vai perder arrecadação, porque as últimas importações de equipamento foram feitas em 2014. "Sem o tratamento tributário correto não é possível investir e os negócios ficam estagnados", comentou.
O presidente da Associação Mundial de Parques Turísticos (Iappa), Greg Hael, apontou o clima, o tamanho da população e cultura do entretenimento como fatores favoráveis para o Brasil atrair os maiores parques do mundo. Entre as empresas representadas pela Iaapa, estão a Universal, a Six Flags, Legoland e Disney. Durante sua apresentação, Greg mostrou investimentos feitos pelo setor em diversas partes do mundo.
Só na Índia são projetados investimentos da ordem de US$ 2,5 bilhões nos próximos cinco anos. “O Brasil tem condição de atrair os maiores parques do mundo. Em número de visitantes nos parques da Flórida, os brasileiros só ficam atrás dos canadenses e dos ingleses”, comentou.