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Turismo religioso, história e cultura nas pegadas de Anchieta

Quem refaz “Os Passos de Anchieta”, entre as cidades de Vitória e Anchieta (ES) encontra uma trilha mística repleta de atrativos históricos e naturais do litoral capixaba

  • Publicado: Quarta, 14 de Junho de 2017, 12h42
  • Última atualização em Sexta, 16 de Junho de 2017, 15h44

 

Por Geraldo Gurgel


Vista do Caminho de Anchieta. Crédito: Divulgação/Abapa

Uma trilha de 100 quilômetros reúne, a partir desta quinta-feira (15), milhares de peregrinos, turistas e aventureiros motivados para seguir “Os Passos de Anchieta”. O roteiro de turismo religioso que resgata o caminho percorrido pelo padre Jesuíta e primeiro mestre do Brasil nos seus últimos anos de vida deve receber entre quatro e cinco mil pessoas. A caminhada de 5 dias é um misto de fé e aventura pela paisagem exuberante do litoral do Espírito Santo.

O roteiro que tem a capital Vitória, como ponto de partida, é repleto de atrativos naturais e históricos na trilha que ficou conhecido pelo símbolo das pegadas na areia da praia deixadas pelo religioso até a cidade de Anchieta. Na Vila de Nossa Senhora da Vitória, o padre cuidava do colégio jesuíta, hoje Palácio Anchieta, sede do governo do estado.

Já na aldeia indígena da Vila de Rerigtiba, atual cidade histórica de Anchieta, o religioso espanhol, das Ilhas Canárias, residia entre os nativos. Daí os deslocamentos frequentes que inspiraram a criação, há 20 anos, do roteiro que também ficou conhecido como "caminho das 14 léguas".

A história é revivida por turistas de todas as partes do Brasil que fazem o percurso até domingo, 18. Assim como o religioso, eles se valem das marés vazantes, quando a areia solada oferece menor dificuldade para caminhar em jornadas diárias de 4 a 7 horas de caminhada, dependendo da aptidão física.

O roteiro pode ser percorrido em qualquer sentido e época do ano. A caminhada anual, promovida pela Associação Brasileira dos Amigos dos Passos de Anchieta (ABAPA), tem seu início sempre no feriado nacional de Corpus Christi. O evento reúne um maior número de participantes e conta com infraestrutura e apoio público de colaboradores como Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, além de suporte médico e logística de atendimento, alimentação e hospedagem da população flutuante nas cidades de pernoite.

O número de andarilhos que concluem a travessia passa das três mil pessoas. Emoções, sentimentos e lembranças se alternam com os cenários externos: natureza, vilas e cidades históricas fundadas pelos jesuítas, assim como praias e trilhas emolduradas pela exuberante Mata Atlântica.

Apesar do apelo religioso, o caminho do padre Anchieta reúne andarilhos de perfis diversificados. A caminhada proporciona atividade física, autoconhecimento, o prazer de apreciar a natureza, além de enriquecer a experiência do viajante com conhecimento da cultura e história da região.

ROTEIRO - No primeiro dia, entre Vitória e Barra do Jucu, em Vila Velha, são percorridos 25 km. No percurso, destaque para o Convento da Penha, marco da colonização capixaba. O segundo dia, com 28 km, vai até Setiba, em Guarapari, reduto de surf e canoagem em onda. O andarilho termina o penúltimo dia de caminhada - 24 km -, em Meaípe, ainda em Guarapari, badalado destino turístico capixaba. E, finalmente, o percurso final, com 23 km, tem na escadaria do Santuário de Anchieta sua linha de chegada. O local foi erguido pelo beato em 1597, seu último ano de vida, e contou com a ajuda dos índios tupis.

 

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