Ministério consolida Rede de Inteligência de Mercado de Turismo
Durante a WTM Latin America, gestores públicos e iniciativa privada participaram da segunda reunião da rede e acompanharam apresentação que mostrou modelo de sucesso do México
Por Gabriel Fialho
Teté Bezerra durante reunião da Rede de Inteligência de Mercado. Crédito: Gabriel Fialho/ MTur
A Rede de Inteligência de Mercado de Turismo (RIMT) deu mais um passo para se consolidar como um importante instrumento de troca de informações e experiências entre gestores públicos e entes privados. A segunda reunião do grupo, realizada nesta quinta-feira (6) durante o último dia da WTM Latin America, em São Paulo, teve como objetivo d ampliar a profissionalização do marketing turístico nos destinos nacionais. Além dos encontros presenciais, a Rede também funciona em ambiente online com fóruns de debate e grupo de e-mail desde 2016.
A secretária Nacional de Qualificação e Promoção do Turismo, Teté Bezerra, destacou que a iniciativa vai aproximar os atores que atuam no setor, além de auxiliar os gestores nas tomadas de decisões estratégicas no mercado turístico. “A rede é importante porque aproxima os destinos e, principalmente, os estados, que são os nossos parceiros. O Ministério do Turismo e a Embratur precisam destas informações fazermos a promoção dos destinos, usando as ferramentas que já temos, como site, produção de matérias e artigos, além de todo material de publicidade, promoção e marketing”, analisou.
Na reunião, foi definida a realização de cinco encontros regionais, que ajudarão a mobilizar e a capacitar os atores, além de discutir estratégias de mercado de acordo com as especificidades locais. “Vamos nos aproximar de todos. Temos o desafio de fazer ainda no primeiro semestre um encontro por região do país. Então, eu acho que o encontro hoje foi muito produtivo, com uma boa participação e interação dos estados”, avaliou Teté Bezerra.
A estratégia da promoção turística nacional, adotada pela Rede, inclui o lançamento de um site no próximo mês e a distribuição de boletins de inteligência de mercado. Ações necessárias diante dos dados apresentados pelo coordenador geral de Produtos Turísticos do MTur, Cristiano Araújo, a partir de questionário enviado aos estados no fim do ano passado.
Das 24 Unidades da Federação que responderam às perguntas: 52% não dispõem de documento de planejamento para orientar as ações de marketing; 21% ainda escolhem destinos para a promoção nacional com base em conhecimento empírico ou escolhas de dirigentes; 38% das Unidades da Federação não dispõem de estudos ou pesquisas de demanda turística que identifiquem seus principais mercados emissores; 25% não possuem banco de imagens e/ou vídeos dos principais atrativos e; 37% não têm site ou aplicativo com informações turísticas dos principais destinos do estado.
ESTUDO DE CASO – A reunião da Rede de Inteligência de Mercado de Turismo serviu ainda para que os diferentes atores pudessem conhecer a experiência mexicana. O país recebeu 32,1 milhões de pessoas em 2015, ficando na 9ª posição mundial do ranking de receptores de turistas. Na apresentação feita por Diana Pomar, diretora do Conselho de Promoção Turística do México no Brasil, ela destacou as estratégias adotadas pelo governo para o incremento do setor.
“A primeira coisa foi a diversificação dos mercados. A gente trabalhava muito nos mercados dos Estados Unidos e do Canadá, então começamos a trabalhar mais nos escritórios de turismo no exterior - temos 23 - para cada um fazer a inteligência de mercado e trabalhar de acordo com cada um dos segmentos e produtos. Então, começamos a diversificar os produtos de promoção, não era mais só sol e praia”, enumera Diana Pomar.
Diana Pomar apresenta estratégia que impulsionou turismo no México. Crédito: Gabriel FIalho/ MTur
Ela conta ainda que que o turismo cultural ganhou novo foco na promoção dos destinos. “Começamos a desenvolver outros polos turísticos que ainda não eram divulgados em outros países. Nossa força como país é a nossa cultura, Azteca e Maia, essa diversidade pré-colombiana. Temos mais de 45 mil zonas arqueológicas abertas em todo o país. Nossa localização ajuda muito e os mercados foram conhecendo que o México não é só praia, que podem fazer viagens mais longas aproveitando esta parte cultura”.
As ações foram possíveis após o governo do país priorizar o setor como indutor de desenvolvimento. “O México tem um investimento constante e consistente. As campanhas são muito focadas, com inteligência de mercado. Esta é uma prioridade, está na agenda do governo. Hoje, o turismo é a nossa terceira fonte de recursos, representando 8,7% do PIB nacional”, finaliza Diana Pomar.