Fernando de Noronha registra alta no fluxo turístico em 2016
Destino de celebridades no fim do ano, arquipélago tem taxa média de ocupação de 91% e prevê resultados positivos em 2017
Por Cynthia Ribeiro
Os tons verde-esmeralda e azul-turquesa encantam os visitantes. Crédito: Divulgação Embratur
Localizado a 545 km de Recife (PE), o arquipélago de Fernando de Noronha, está na lista da viagem dos sonhos para muitos visitantes brasileiros e estrangeiros. Tanto que em 2016, o destino apresentou ligeiro crescimento em comparação a 2015, passando de 90 mil para 91 mil visitantes, alta de 0,75%. O crescimento do fluxo turístico no local é facilmente explicado. Noronha traz mar verde-esmeralda e baías azul-turquesa, além da vegetação e vida marinha abundantes.
Formado por 21 ilhas, numa extensão de 26 quilômetros quadrados, o local é procurado para a prática de surfe, ecoturismo, turismo de aventura, passeios históricos, entre outros. Em dezembro de 2016, o arquipélago recebeu 7.557 visitantes, sendo 92% nacionais e 8% internacionais. Somente entre os dias 26 e 31, foram 1.945 turistas. Para os dois primeiros meses deste ano, a expectativa é de que 16,1 mil pessoas passem pelo arquipélago.
“Certamente teremos um 2017 excelente para toda cadeia econômica e para o trade turístico”, projeta o administrador-geral de Fernando de Noronha, Luís Eduardo Cavalcanti Antunes. Ainda segundo ele, a taxa média de ocupação em 2016 alcançou a marca de 91%.
A exuberância natural também coloca Fernando de Noronha na lista dos réveillons mais disputados do Brasil. Em 2016, cerca de 1,5 mil pessoas participaram da festa que teve como tema “Réveillon Dourado”. A festa contou com a participação de muitas celebridades, entre atrizes, atores, músicos e cantores. “A festa foi muito bonita. Nós temos certamente um dos réveillons mais bonitos”, atesta o administrador.
Mas a alta procura pelo arquipélago não fica restrita às férias de fim de ano. Ainda segundo Antunes, entre 2012 e 2015, o local deixou de ter baixa estação, com uma procura uniforme ao longo do ano. De acordo com ele, a expectativa é de que em 2017 Noronha mantenha o resultado de anos anteriores e registre uma procura dento dos limites da ilha bem distribuída ao longo dos 12 meses.
PARAÍSO - Com uma população de cerca de 2,9 mil habitantes, Fernando de Noronha foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco). O local já teve praias eleitas como as mais bonitas do Brasil e do mundo, como a Praia do Leão e a Baía do Sancho, eleita duas vezes consecutivas como a praia mais bonita da Terra pelo site de viagens TripAdvisor, além do prêmio de melhor Ilha da América Latina, concedido pelo mesmo site.
Noronha é constituído de duas unidades de conservação federais (UCs): o Parque Nacional Marinho, mantido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); e a Área de Proteção Ambiental, administrada pelo Governo de Pernambuco.
VISITAÇÃO - Com o objetivo de resguardar e valorizar os ambientes naturais, o Parque oferece oportunidades controladas de visitação. O acesso à ilha é feito somente por barco ou nos três voos diários, saindo de Natal (RN) e Recife. A oferta de leitos também é restrita. “Não podemos ultrapassar esses limites sem os devidos cuidados com o meio ambiente”, explica Antunes. “Nosso destino é bem atípico. Temos nossas limitações e mesmo dentro dessa conjuntura e com forte crise econômica registramos números crescentes em 2015”, comemora.
Atualmente, o governo de Pernambuco cobra uma taxa diária de preservação ambiental (TPA) de R$ 68 nos primeiros cinco dias de permanência do turista no arquipélago. O valor é corrigido após o 5º dia e novamente após o 10º dia. Segundo Antunes, a ideia é desestimular uma maior permanência dos turistas e possibilitar a ida de outras pessoas.
A concessionária EcoNoronha que também administra o parque desde 2011, cobra R$ 99 pelo ingresso válido por dez dias. A empresa foi a vencedora do processo licitatório para o contrato de prestação de serviços de apoio à visitação pública e cobrança de ingressos. A concessão é válida por 15 anos.
Mergulho com snorkel é uma das atrações. Crédito: Divulgação Embratur
HAVAÍ BRASILEIRO - Ao todo, 16 praias fazem de Noronha o lugar perfeito para o banho de mar e o mergulho. No mês de setembro, as chamadas praias do mar-de-dentro (área da ilha voltada para a costa brasileira) ficam extremamente calmas e a visibilidade chega a 50 metros de profundidade, o que lhe dá status de um dos melhores lugares de mergulho do mundo. Existem cerca de 17 pontos diferentes de mergulho, com diversas modalidades. Entre elas, o plana sub, snorkel e cilindro. Em setembro, também se realiza a Regata Internacional Recife/Fernando de Noronha (Refeno), uma aventura marítima de 300 milhas náuticas que reúne velejadores do Brasil e do exterior.
De dezembro a março, o vento e as correntes transformam as praias do mar-de-dentro no palco para o “show do surf". A ilha é conhecida como o “Havaí brasileiro” devido às ondas que chegam a quatro metros de altura. As praias do “Mar de Fora”, Sueste, Atalaia, Caieira e Leão, voltadas para o continente africano, também são muito disputadas. A Atalia é considerada um dos melhores lugares para mergulho livre na ilha, desde que tenha presença de um guia. A Praia do Leão é o santuário das tartarugas marinhas e ponto de desova da espécie.
Outro atrativo de Noronha é a Baía dos Golfinhos, com toda a área reservada para descanso e reprodução dos animais. O local é um dos maiores aquários naturais da espécie rotadores. O acesso à baía é limitado por boias e cordas e condicionado à autorização prévia. Os animais podem ser vistos do alto da baía, no Mirante dos Golfinhos.
Boas opções não faltam para quem deseja desvendar a ilha a pé. A Trilha Costa Azul, com ponto de partida na Vila dos Remédios, tem um percurso com cerca de 2,3 km até a praia do Boldró. No trajeto podem ser visitados, além do conjunto histórico da Vila dos Remédios, o forte de Nossa Senhora da Conceição, a Pedra do Pião, a Vila da Conceição, as praias do Cachorro, do Meio, da Conceição, e do Boldró, e o trecho formado pelos seixos de rocha vulcânica que formam a base do morro do Pico.