Mulheres pelo Brasil: as dicas de uma paulistana que já viajou sozinha para mais de 10 cidades brasileiras
Esta matéria é a primeira de uma série da Agência de Notícias do Turismo, que reúne relatos de mulheres que viajam sozinhas pelo Brasil
Por Lívia Nascimento
Kelly curtindo Aracaju (SE). Crédito: Arquivo Pessoal
Com apenas 30 anos, Kelly Carvalho já acumula uma experiência de viagem digna de fazer inveja aos mais aventureiros. A decisão de conhecer o Brasil sozinha foi tomada em 2012, após a conclusão da faculdade de letras, quando ela resolveu fazer uma lista de todos os lugares que gostaria de conhecer. Além da novidade de sair pela primeira vez do Estado de São Paulo, ela tinha um desafio talvez ainda maior: desbravar os destinos de seus sonhos sozinha.
A primeira parada foi no Nordeste que, de acordo com dados da Sondagem do Consumidor - Intenção de Viagem, do Ministério do Turismo, tem a preferência de 42,2% dos turistas que pretendem viajar nos próximos meses. Dos estados de Sergipe, Bahia, Alagoas e Pernambuco, Kelly coleciona lembranças e experiências inesquecíveis.
“Na Bahia conheci Mangue Seco, cenário da novela Tieta, um lugar incrível que ainda é uma vila de pescadores e que hoje sobrevive do turismo e da pesca. Foi lá o melhor pôr do sol que eu já vi, além de praias lindas. Em Alagoas, as águas azuis de Maragogi impressionam, mergulhar nos arrecifes e ver o fundo do mar é uma emoção única que não tem preço”, relembra animada.
Mas se engana quem pensa que a nova viajante se deu por satisfeita. Depois do sol e praia do Nordeste, chegou a vez de conferir de perto os encantos do Sul do país. No roteiro, as cidades de Gramado, Canela, Garibaldi e Caxias do Sul. A escolha, segundo ela, causou curiosidade. “Alguns achavam estranho uma viajante sozinha escolher um roteiro romântico”, diverte-se. Mas foi no Mato Grosso do Sul que Kelly afirma ter encontrado um dos mais belos cenários do país e ele não poderia ter outro nome além de Bonito. “Para mim, é o melhor destino de ecoturismo do Brasil e acho todo mundo deveria conhecer”, afirmou.
Mas engana-se quem pensa que a vida da viajante é feita apenas de boas lembranças, o preconceito ainda ocupa um espaço grande e incômodo. “É preciso enfrentar as pessoas que julgam antes mesmo de te conhecer. Até para fazer uma reserva para uma pessoa é difícil, muito restaurantes não aceitam”, explica. Mesmo assim, ela não se arrepende nem um minuto da experiência. “O Brasil é lindo e se posso dar uma dica para as mulheres que tem um sonho de conhecer é: vão, não tenham medo de ser feliz”, aconselha.