Um roteiro de tradições no interior do Rio Grande do Sul
Cinco cidades gaúchas recebem a chama olímpica nesta quarta-feira (6). No caminho, o encontro com fortes heranças culturais como o Fogo de Chão
Por Geraldo Gurgel
Canguçu. Foto: Prefeitura
São Sepé, cidade por onde começa o revezamento da Tocha Olímpica nesta quarta-feira (6), é conhecida pelo Fogo de Chão que não se apaga há mais de 200 anos, na Fazenda do Boqueirão. Seis gerações mantêm aceso o fogo que se “reunirá” com o símbolo olímpico. A cidade que guarda a eterna chama gaúcha é uma homenagem a Sepé Tiaraju, índio que lutou contra as tropas ibéricas na disputa pelo Rio Grande do Sul. A gruta do Marco e a Igreja de Nossa Senhora das Mercês são outros atrativos locais, além de uma magnólia centenária, que servia de sombra ao índio Sepé, no centro da cidade.
Na cidade vizinha de Caçapava do Sul, um dos principais atrativos é a Pedra do Segredo. O monumento natural é formado por duas montanhas, muito semelhantes, com cavernas e labirintos explorados pelos visitantes e montanhistas. A “Porteira do Pampa Gaúcho” oferece opções de turismo rural, histórico, científico, ecológico, ufológico, cultural e de aventura com prática de voo livre, canoagem e rapel, além de mountain bike e off road. Caçapava do Sul foi a segunda das três capitais da Revolução Farroupilha (1835-1845). A Casa dos Ministérios, que sediava o governo dos Farrapos e o forte Dom Pedro II, em forma de hexágono, então entre os atrativos históricos.
Pelotas Charqueada. Foto: Prefeitura
O Museu Capitão Henrique José Barbosa está entre os atrativos de Canguçu. Outro local de visita e romaria é o mirante do Parque Turístico Nossa Senhora da Conceição com santuário e estátua da padroeira. O município de 50 mil habitantes se destaca como a “Capital da Agricultura Família” por ter 14 mil minifúndios e grande oferta de produtos regionais.
Terceira parada do fogo olímpico, Rio Grande é a cidade mais antiga do estado e deu nome ao Rio Grande do Sul. O turismo está ligado ao centro histórico, com destaque para o casario antigo, monumentos, a catedral de São Pedro e o porto velho, com cinco armazéns e frota de apoio a pesquisa, turismo e lazer. Parte dos armazéns abriga a Festa do Mar, maior evento da cidade, e os museus do Porto e Náutico. Fundada em 1737, a cidade está situada no extremo sul do estado, entre a Lagoa Mirim, a Lagoa dos Patos e o oceano Atlântico. Outro atrativo é o Balneário do Cassino, praia com 254 quilômetros de extensão. Os molhes da barra, considerados uma das maiores obras de Engenharia Oceânica do mundo, estão entre as atrações da praia.
Rio Grande. Foto: Embratur
Pelotas, última parada do dia, receberá a tocha para uma grande celebração de pernoite com festa no Largo do Mercado. O evento integra a programação da Semana de Pelotas, que comemora 204 anos em 07 de julho. A cidade ostenta muitos atrativos turísticos entre prédios históricos, teatros, museus e monumentos, como as catedrais de São Francisco de Paula (católica) e do Redentor (anglicana); e belezas naturais, como a praia do Laranjal, de água doce; e as cachoeiras Arco Íris e Paraiso. A Feira Nacional do Doce é um dos destaques do município localizado no Sul do estado. Pelotas foi o berço das charqueadas, em geral galpões cobertos onde a carne salgada é exposta para o processo de desidratação. A cidade de 340 mil habitantes é a terceira do Rio Grande do Sul e fica no canal de São Lourenço que liga as lagoas dos Patos e Mirim, as maiores do Brasil.
INVESTIMENTOS – Desde a criação, em 2003, o Ministério do Turismo já investiu R$ 581 milhões em infraestrutura turística no Rio Grande do Sul. Para as cidades que vão receber a Tocha Olímpica nesta quarta-feira (6) foram destinados R$ 700 mil para Caçapava do Sul; R$ 390 mil para Canguçu; R$ 1 milhão para Rio Grande; e R$ 4,3 milhões para Pelotas.