Todos os sons da Bahia encantam os visitantes no Museu da Música Brasileira
Estado é responsável pela construção de grande parte da cultura nacional com ritmos que encantam visitantes de todos os cantos do país e do mundo
Por Max Gonçalves
Há um ditado que fala que “o baiano não nasce, estreia”. E não é necessário ser doutor em antropologia para confirmar o sentido desta máxima da sabedoria popular. Uma visita ao Museu da Música Brasileira, em Salvador, no coração do Pelourinho, leva o visitante a uma viagem pela história da original música brasileira, com destaque para a grande contribuição baiana para o Brasil e o mundo.
Com uma rápida caminhada pelo Centro Histórico, o turista pode ser surpreendido com uma mistura de sons e ritmos, como os dos tradicionais atabaque e berimbau, que embalam a capoeira e apresentam um pouco do que a Bahia tem. A musicalidade é tanta que já começa pelo inconfundível sotaque chamado carinhosamente de “baianês”, um dialeto melodioso resultado da mistura entre negros africanos, brancos portugueses e indígenas originários desde os tempos do Brasil Colônia. De tão marcante, muitos dizem, até, que o baiano conversa cantando.
E na terra de todos os santos, onde se deu a “estreia” do Brasil em 1500, nasceram grandes nomes da história musical do país, especialmente instrumentistas, arranjadores, compositores, letristas e cantores. Todos inspirados pela fusão de ritmos, danças e culturas que formaram a identidade do povo baiano.
O acervo do Museu apresenta ao turista a importância da musicalidade baiana para a cultura brasileira. Caminhar por suas salas é ter contato com o samba de roda original, é conhecer Xisto Bahia, responsável pela primeira música brasileira gravada, o lundu “Isto é bom”.
No espaço, o visitante pode aproveitar também o espaço dedicado à Dorival Caymmi, cantor e compositor baiano que transformou em música, os hábitos, costumes e tradição de seus conterrâneos. Isso sem contar na possibilidade de conhecer um pouco melhor a grande invenção de Dodô e Osmar, o Trio Elétrico, que arrasta multidões no carnaval.
Mas a Bahia também tem rock and roll, representado com a letras inquietantes de Raul Seixas. O tropicalismo, movimento musical que embalou toda uma geração, e representado por Caetano Veloso e outros ícones como João Gilberto, Gilberto Gil, Gal Costa, Maria Betânia, Tom Zé, entre outros. O axé music também está presente representado por Luiz Caldas, Chiclete com Banana, É o Tchan, Daniela Mercury, Margareth Menezes e Ivete Sangalo.