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Artigo: Tocantins e o fogo olímpico

  • Publicado: Quarta, 05 de Agosto de 2015, 16h00
  • Última atualização em Terça, 19 de Janeiro de 2016, 11h42

Queremos mais propostas para o turismo*

*Junior Coimbra

Ao ler o artigo publicado neste jornal no dia 28 de julho “Uma proposta para o turismo”, assinado pelo tecnologista sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Mario Eugenio Saturno, me deparei com a afirmação de que o “turismo brasileiro é um desastre imobilizado, com um potencial gigantesco”. Em respeito a opinião de Saturno, esclareço que o Ministério do Turismo está aberto às críticas, principalmente quando construtivas. Concordo que temos muito a avançar, mas discordo do comentário “desastre imobilizado”. 

Explico em números o porquê. Recentemente o Fórum Econômico Mundial divulgou o estudo global de competitividade em turismo, realizado pela organização a cada dois anos. Nele, foram analisadas 14 dimensões que impactam no turismo.

Como resultado, o Brasil saltou da 51ª posição em 2013 para a 28ª este ano, em um ranking de 141 países. Avançamos nos quesitos recursos culturais e humanos, infraestrutura turística e de transporte aéreo, passagens aéreas e hotelaria. No item “competitividade de preços”, passamos do 126ª para o 81ª lugar.

Esses dados reforçam o quanto evoluímos, mas obviamente sabemos que ainda temos muito a avançar. Há pouco menos de um mês na secretaria Nacional de Políticas de Turismo, do Ministério do Turismo, já me deparei com algumas questões que precisam ser estudadas para melhorar ainda mais o Brasil para brasileiros e estrangeiros.

O Brasil ainda enfrenta uma grande dificuldade em transformar os parques e orlas em pontos turísticos, por meio da construção de hotéis, marinas e áreas de entretenimento. Ainda são grandes as restrições à exploração sustentável de recursos naturais, o que impacta diretamente o acesso de turistas à essas atrações. Com um alto custo para empresários investirem no país, temos poucas ofertas o que, consequentemente, eleva o preço dos destinos.

Uma solução que está sendo costurada pelo ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, é a criação de áreas especiais de interesse turístico, zonas determinadas pela União com condições propícias para o investidor, incluindo benefícios econômicos, tributários e licenciamento. Esse foi o modelo adotado por Cancun, por exemplo. Há 40 anos, a região onde hoje existe o maior polo turístico do México era abandonada. Em 2014, US$ 16 bilhões entraram no país pelo turismo, sendo que apenas Cancun respondeu por 70% desse montante.

Outro dado abordado por Saturno em seu artigo que é importante considerar diz respeito ao número de turistas internacionais que vêm ao Brasil todos os anos. A chegada de estrangeiros é um indicador importante, principalmente se nos compararmos com os gigantes do setor, como a Itália (46,1 milhões), Espanha (56,2 milhões) e França (81,4 milhões), nossos números parecem irrisórios. Porém, pesquisas mostram que 80% dos visitantes internacionais vêm da mesma região onde o país está localizado. É o que ocorre com esses países. Desta forma, é fundamental que o Brasil trabalhe cada vez mais o seu público interno.

Somente em 2014, foram realizadas mais de 200 milhões de viagens domésticas. Esse número demonstra que temos que trabalhar cada vez mais para aumentar e diversificar o número de produtos turísticos. A participação dos agentes do setor, de empresários, parlamentares e da sociedade é fundamental para construirmos nossas propostas, projetos e políticas que posicionem o país de uma forma diferenciada e “vendedora” para brasileiros e estrangeiros.

Desta forma, o Ministério do Turismo está completamente à disposição para receber essas sugestões. Todo ano, são abertas chamadas públicas para o envio de propostas inovadoras para ampliar, construir ou melhorar nosso leque de políticas públicas. Além das chamadas, os interessados podem enviar suas propostas para a ouvidoria do órgão, que irá encaminhar a sugestão para a área correspondente. Também através das redes sociais, o Ministério do Turismo possui uma espécie de SAC 2.0, onde as dúvidas e sugestões são encaminhadas e respondidas quase em tempo real.

E as críticas construtivas são sempre bem-vindas. O artigo de Saturno nos ajudou a perceber que a área da ouvidoria do novo Portal do Turismo poderia ser mais simples para o usuário. Fizemos os ajustes para melhorar a navegação no site. Esperamos que, juntos, possamos fazer um Brasil mais competitivo e atraente para todos.

*Junior Coimbra é secretário Nacional de Políticas de Turismo, do Ministério do Turismo

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