Projeto Caminhos do Planalto Central unirá natureza e cultura em 400 km de trilha
Percurso vai conectar três patrimônios da humanidade e promove ecoturismo, turismo sustentável e de aventura
Por Vanessa Castro
Vista da Chapada dos Veadeiros (GO), ponto final da trilha Caminhos dos Goyazes da qual o Caminhos do Planalto Central faz parte. Crédito: Arquivo MTur.
Imagine pedalar ou cavalgar pelas belezas intactas do cerrado, se conectar com a natureza e com os animais, conhecer monumentos históricos e se refrescar em uma cachoeira durante uma trilha. O projeto Caminhos do Planalto Central, com inauguração prevista para abril deste ano, oferecerá tudo isso e muito mais. Localizada no Distrito Federal, a trilha possuirá 400 km de percurso para caminhantes, ciclistas e cavaleiros, e partirá de dois pontos de relevante interesse ambiental e histórico: a Floresta Nacional de Brasília e a Pedra Fundamental, marco da construção da capital.
O projeto integra a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade, criada em parceria pelos ministérios do Turismo e do Meio Ambiente e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) a fim de conectar paisagens e ecossistemas brasileiros para promover a estruturação e a ampla visibilidade da oferta turística de natureza.
O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, ressalta que o Brasil ocupa o 2ª lugar em recursos naturais no planeta e que o ecoturismo e o turismo de aventura estão entre os principais motivos pelos quais os turistas visitam o país. “Nosso território possui belezas exuberantes de Norte a Sul. Precisamos explorar todo o potencial que a natureza nos oferece. O RedeTrilhas intensifica o ecoturismo, o turismo de aventura, promove a preservação do meio ambiente e a geração de emprego e renda num contexto de desenvolvimento local e regional sustentáveis”, comentou.
Um dos percursos conecta o Parque Nacional de Brasília e diversas outras unidades de conservação, Santuário dos Pagés, Eixo Monumental de Brasília, Lago Paranoá, Ermida Dom Bosco e outros atrativos. A ideia é justamente proporcionar, especialmente, o contato com o centro de Brasília, seu traçado urbano singular, monumentos, obras de arte, palácios e mirantes.
A Torre Digital de Brasília, obra de Oscar Niemeyer, é um dos monumentos que podem ser admirados durante o percurso. Crédito: Leonardo Ghizoni
A nova trilha está dentro do trecho do Caminho dos Goyazes, que liga a cidade de Goiás Velho à Chapada dos Veadeiros, em Goiás. O percurso completo reúne três patrimônios da humanidade: Goiás Velho (Patrimônio Histórico); Brasília (Patrimônio Cultural); e Chapada dos Veadeiros (Patrimônio Natural). O início da trilha está conectado com o fim do Caminhos de Cora, trilha de 300 km que possui cinco cidades históricas, oito povoados, mais de 20 igrejas, inúmeras cachoeiras e parques.
REDETRILHAS - A Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade é composta por percursos que ligam diferentes biomas de Norte a Sul do país. As trilhas são identificadas com um símbolo, uma “pegada” amarela no chão. Elas podem ser percorridas a pé, de bicicleta ou utilizando outros modos de viagem não motorizados. Antes da implementação do Sistema Brasileiro de Trilhas de Longo Curso, os 75 milhões de hectares do Sistema Federal de Unidades de Conservação Brasileiro contavam com menos de 300 km de trilhas sinalizadas, hoje são 1.900 km. A meta do RedeTrilha é chegar a 18 mil km e movimentar o turismo em mais 2 milhões de pessoas por ano.
A Rede prevê, inicialmente, cinco grandes corredores/trilhas: Corredor Litorâneo, que ligará o Oiapoque ao Chuí; Caminho dos Goyazes, que ligará a cidade de Goiás Velho até a Chapada dos Veadeiros; Caminhos do Peabiru, que ligará o Parque Nacional do Iguaçu ao litoral paranaense; Caminhos Coloniais, atualmente percorrida por carros e bicicletas, ganhará também um percurso para os caminhantes; e Trilha Velho Chico, conectando a nascente do Rio São Francisco no parque Nacional da Serra da Canastra à sua foz na APA de Piaçabuçu.
Edição: Victor Maciel