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FESTEJOS JUNINOS

Gastronomia junina aquece economia no São João brasileiro

Cardápio típico das festas juninas fomentam o turismo no embalo dos ritmos e tradições regionais

  • Publicado: Terça, 25 de Junho de 2019, 12h02
  • Última atualização em Quinta, 27 de Junho de 2019, 10h59

Por Geraldo Gurgel

25 06 19 gastronomia junina
Em Mossoró (RN), Cidade Junina conta com 350 vendedores e movimenta mais de R$ 50 milhões. Crédito: Prefeitura de Mossoró/Divulgação

Junho é o mês de festejar santos e casamentos na roça. As festas juninas, de tão tradicionais para os brasileiros, chegam a ser mais movimentadas que o carnaval em muitos destinos. Dos 400 eventos cadastrados este mês no Calendário de Eventos do Ministério do Turismo, a maioria é festejo junino. (CONFIRA O MAPA DOS FESTEJOS JUNINOS - 2019). Dependendo da região, os turistas poderão aproveitar diversas atividades em volta da fogueira, como moda de viola, sanfoneiro, trios de forró e quadrilhas matutas ou estilizadas.

Mas a festa vai muito além das roupas e danças típicas. A gastronomia é uma atração à parte nos festejos juninos e reúne os elementos e a diversidade da culinária de cada região com muita criatividade e sabor. O quentão, o pinhão assado e até o caldo verde são mais comuns nas regiões frias. Já a paçoca ganha versões regionais, como a de amendoim. A que é feita de carne de sol socada no pilão com farinha de mandioca é muito apreciada com feijão verde. Os bolos, doces, cocadas, amendoim, pipoca e arroz doce também integram o cardápio da festa e são tão indispensáveis quanto os ritmos que embalam as comemorações.

No Nordeste, o milho verde entra como o principal ingrediente do cardápio junino. E não é por acaso. As celebrações em homenagem a Santo Antônio, São João e São Pedro coincidem com a colheita do milho, cultura de sequeiro, cujo ciclo depende da intensidade das chuvas no sertão. E quanto mais chuva no início do ano, maior será a gratidão do sertanejo para comemorar a colheita com fartura de milho assado, de preferência na fogueira, cozido, ou ainda transformado em bolo e biscoito de fubá, cuscuz, pamonha, mugunzá e canjica. Em outras regiões o mugunzá também é conhecido como canjica, enquanto a canjica nordestina vira curau em outros destinos.

Enquanto uns se divertem, outros trabalham para alimentar a tradição. Apenas em um dos polos culturais da Cidade Junina, em Mossoró (RN), com cerca de 100 mil visitantes por noite, a praça de alimentação reúne mais de 30 estandes de comidas típicas. O evento conta com 350 vendedores cadastrados e aquece a economia local em mais de R$ 50 milhões, tanto para o pequeno quanto para o grande empreendedor. “A gente está vendendo muito bem e as pessoas conhecem nossos produtos”, disse Cláudia Diniz, que vende produtos caseiros como doces, bolos e biscoitos de polvilho. Até laços de fita são vendidos na feira de artesanato, recheada com forró pé de serra e festivais de sanfoneiros, repentistas e poesia de cordel.

Fora de época

Nas grandes cidades também não faltam opções para o turista se familiarizar com os ritmos e a culinária nordestina. A Feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, lembra um São João fora de época. É uma fusão da cultura e tradições do Nordeste. O local certo para o visitante degustar, conhecer e se impressionar com as características da região, com restaurantes de comida típica, barracas de produtos regionais, artesanato e apresentações culturais. Já em São Paulo, o Centro de Tradições Nordestinas reúne, em um só lugar, comida em quiosques e barracas temáticas. A agenda de shows também funciona o ano todo com apresentações culturais diversas.

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