Fundo público-privado investe no turismo de Copenhague
Modelo garante transparência, otimiza recursos públicos e busca conciliar satisfação de moradores e visitantes
Por Darse Júnior
Presidente da Wonderfull Copenhagen, Mikkel Aaro-Hansen. Foto: Roberto Castro/MTur
O principal órgão de turismo da capital dinamarquesa é mantido por um fundo gerido por um comitê com seis membros do setor público e sete representantes da iniciativa privada. O modelo foi apresentado nesta terça-feira (21) à missão brasileira em Copenhague, liderada pelo Ministério do Turismo.
Cabe ao colegiado aprovar o plano anual de promoção e ações estratégicas para melhorar a experiência turística da cidade. Em 2017, o fundo foi de US$ 20 milhões, sendo US$ 4 milhões do governo e US$ 16 milhões de diversos setores do mercado, incluindo o hoteleiro e o aeroportuário.
Os gestores medem não apenas a satisfação dos visitantes, mas também dos moradores locais. “Há diversos destinos europeus em que a população já não quer mais receber os visitantes. Em Copenhague, 80% dos moradores apoiam a atividade turística”, comentou o presidente do principal órgão de turismo da capital dinamarquesa, a Wonderfull Copenhagen, Mikkel Aaro-Hansen. “A parceria é fundamental para aproximar o governo da iniciativa privada, otimizando os recursos públicos”, avaliou.
Atualmente, tramita no Congresso Nacional um projeto de lei que moderniza a Embratur, autarquia responsável pela promoção do Brasil no exterior. A exemplo do que ocorre em Copenhague, o texto prevê a parceria público-privada para a divulgação dos destinos nacionais fora do País. “Se queremos um turismo mais forte, se queremos atrair mais visitantes internacionais, se queremos de fato aproveitar todo o nosso potencial para gerar emprego e renda, precisamos adaptar as melhores práticas à nossa realidade”, comentou o ministro do Turismo do Brasil, Vinicius Lummertz, e ex-presidente da Embratur.
Na Dinamarca o turismo está vinculado ao Ministério do Negócio e Crescimento. “É uma visão que retrata a importância econômica que o setor tem para o país”, comentou o ministro Lummertz. Segundo ele, ainda há uma incompreensão, no Brasil, de toda a complexidade e, principalmente, da importância econômica que o setor passou a ter no mundo atualmente. “O setor de viagens gera 10% do PIB global. É ele que permite o trânsito de pessoas, de ideias e o intercâmbio de experiências por meio da vivência, o que acelera o processo de desenvolvimento global”, comentou.
Comitiva brasileira em Copenhague se reuniu com o principal órgão de turismo da capital dinamarquesa. Foto: Roberto Castro/MTur